os dedos imobilizados
nesta música impossível
teclas de marfim
pássaros brancos,
sete a sete,
e um corvo negro
boiando no som
sonhos notas
turbilhão de acordes,
uma a uma,
como gotas inaudíveis
como o eco das estrelas
como melodia
asas
querubins.
trêmula a mão se afasta
desaparece na nuvem ácida
na penumbra das cordas guitarras
afaga lâmina da madrugada
lembrança
cada átimo infinito
pranto
gargalhada
granito
um compasso o tempo
dança eterno
tensos
tornam os dedos
ao piano.
Ilustração: Sven Geier – “Piano”
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