vêm no vento
aromas inusitados
como se fosse
o universo
colônia de corais
e sons que soam
sinfonia de náufragos
e nuvens
prenhes de sais
mas há mais
há mais que o pó do asfalto
mais que a umidade do mato
mais que crianças nuas
mais que rosas pálidas
mais que palavras duras
mais que a jóia rara
há mais que o sangue derramado
que as angústias humanas
que a embriagues
que a loucura
que os sonhos
que estrelas
que canções
que a lâmina aguda
cravada
na primeira pedra
que caiu da minha mão.
ilustração:
foto de Mário Cravo Neto
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