poderia cingir-te aos braços
sem a volúpia que me inflama
e não roubaria os beijos
da boca que não me ama.
poderia, talvez pudesse,
serenar-te o ânimo,
murmurando velhas fábulas
de amizades inumanas:
tivesse asas, fosse um anjo.
poderia, talvez pudesse,
levar-te às estrelas,
onde se pode entender
a insignificância de tudo:
tivesse asas, fosse um anjo.
mas não sou um anjo.
pulsam em mim as paixões
que movem a espécie humana
e o meu desejo é maior
que a razão que a hora clama.
publicado em "Eu, Meu Outro"
Editora Poesia Diária
Maio/1999
ilustração: Anjo deprimido
encontrado, sem indicação de autor, no site: http://niilismo.net/galeria/
2 comentários:
Um dos seus poemas mais bonitos! Gosto de tudo aqui. Beijos
Ada
Obrigado, amiga.
Beijos
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