ilustração: Michael Schultes
se eu pudesse prendendo libertar-te,
de mim próprio e dos nossos medos,
os meus já demais explicitados,
os teus ainda apenas intuídos,
[ou não os tem
e sou eu que os imagino?],
tornar-me-ia teu carcereiro,
unindo o meu ao teu destino
contudo, porque te amo é que não ouso
apertar os nós do laço que nos une,
atrair-te às trevas, apagar o lume
do teu sorriso, o meu alento,
pois, ainda que possas amar o vento,
ele é passageiro e se dissolve,
aproveite-o, pois, enquanto sopra,
mas não perca o caminho de volta.
Fred Matos
Nenhum comentário:
Postar um comentário