Para Luzia, claro
corpo de mulher,
jeito de criança....
teus imãs olhos,
magnética metáfora,
revelam o sorriso
que a boca trava.
nos gestos contidos
de felina mansa,
distingo o esboço
do vulcão ativo,
que, alheia a mim,
tua alma estanca.
ao oceano prenhe
de ânsias humanas,
reduzindo os sonhos
ao que a mão alcança,
o superego ordena:
- Adapte-se à dança.
cumprindo assim,
do original pecado,
a fatal sentença,
a vida avilta-te
na inglória luta
da sobrevivência.
o quadro pálido,
que aqui retrato,
é paisagem clara
do meu eu, reflexo
que em ti luzia
e é a tua fotografia.
Fred Matos
publicado em "Eu, Meu Outro"
Editora Poesia Diária
Maio/1999
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