segunda-feira, novembro 3
como remédio
talvez como remédio um verso me servisse
não como farol que a sua luz é baça
e há muito abdiquei trilhar por rumo certo
talvez como remédio um verso me servisse
não como muleta que a sua lenha é fraca
e há muito abdiquei de reformar o mundo
talvez como remédio um verso me servisse
não como alimento que é pouca sua sustança
e há muito abdiquei de nutrir vã esperança
talvez como remédio um verso me servisse.
para ocupar o tempo que me parece infinito
enquanto espero vir a dor que já não sinto.
24/03/2002
Fred Matos.
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2 comentários:
tão seu, tão cadenciado, tão incisivo.
Às vezes tenho dúvida se tenho mesmo um jeito meu de escrever, ou se tinha até a época deste poema (2002) e perdi depois.
Fico contente que você goste, que me leia e que comente.
Obrigado, Helena.
Beijos
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