Samir Oliveira Ramos ©
Foto de Fred Matos
Na forja do voa-tempo
Faíscas do metal contra o metal
A espada ancestral vai nascendo
A mão que a empunhará vai nascendo
Em cada golpe contra a bigorna
Em cada beijo metálico que exorciza o mal
Na forja do voa-tempo
Faíscas do metal contra metal
As correntes do mal vão nascendo
As mãos que se prenderão vão nascendo
Em cada golpe que constrói um elo
E no suor que rega a flor visceral
Na forja do voa-tempo
Utensílios de soldados e naus
Capacetes de capitães e desvarios
Nascem e proliferam no cabedal
E em marcha, ao sol e lua, vão partindo
Homens e ultra-homens vão seguindo
Escrever as histórias de mar abissal
Na forja do voa-tempo
Homens envelhecem, queimam e fedem
Contam as histórias dos calos das mãos
Mas nenhum empunhou uma espada
Nem levantou mastro na tempestade
Nem escreveu com fogo
O que só se conta com lágrimas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário