mas apenas diversão e espairecimento"
Franz Kafka
gordo como um deus supérfluo
eu bebia cerveja ao ar livre
escrevendo versos à vacuidade
de soslaio
na ponta do pé esquerdo
uma jovem
atira a sua sombra sobre a cidade
dança mas permanece morta
as andorinhas
se dobram como bambus
flutuam ágeis
inesperadamente
nuvens talhadas em pedra
caem sobre as casas
hoje sopra vento sudoeste
não tenho medo, sorrisinhos,
a verdade exige grandes sacrifícios
lábios vermelhos cobriu o rosto ébrio
se tivéssemos tido tempo
teríamos podido falar disso
você levantou as sobrancelhas
negligentemente
como se desenhasse na areia
creio que tenho razão neste ponto
não é possível contemplá-la
vacilei, já não há vento
de modo que agora
vou por becos estreitos
até a sua inalcançável morada
colher palavras impossíveis
plantar canteiros de alvoradas.
10 comentários:
Fred, que poema, meu camarada! Uma imagem em particular me surpreendeu pela força: as nuvens concretas caindo sobre as casas....
Um achado. Outra coisa que quero comentar é o poema para o Seomario: um tratado sobre a arte de fazer - e compreender - poesia! Homenagem bela e merecida! Muito bom! Abraços!
Muito bom mesmo, Rafael, é receber a sua visita, leitura, comentário e constatar que você passou a acompanhar o blog. Deixou-me muito contente, sobretudo porque gosto muito da sua poesia.
Abração
Nossa, Fred, duas preciosidades! A imagem e o poema. Abração
realmente, não bastasse o poema, já um primor de forma, conteúdo e pra quem é (adoro-o), ainda vem com essa imagem. menino dotado, hein fred!
parabéns. beijo :)
Gostei muito, Fred
Obrigado, Fábio.
A sua presença sempre me deixa contente.
Abração
Bondade sua, Nina. Claro que um poema para o nosso querido Franz teria que ser caprichado.
Obrigado.
Beijos
Obrigado, Helena.
Bom te ver aqui.
Beijos
meeeeeeeesmo OTIMO!!!
abraço forte,
Que bom que você gostou, Myra.
Obrigado.
Beijos
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