domingo, setembro 21

balada para uma aeromoça





se estivéssemos conversando
como naquela noite quente de Bagdá
e você tomasse no seu o meu braço
e se sorrisse
como naquele dia em Praga
mas qual nada,
sequer uma carta

se estivéssemos amando
como naquela tarde em Santiago
e você me tomasse nos seus braços
e se me mordesse
como naquele dia em Roma
mas qual nada,
sequer um telegrama

se estivéssemos brigados
como naquela manhã em Tókio
e você me metesse os braços
e se me ferisse
como naquele dia em Bangkok
mas qual nada, sequer um toque.

se estivéssemos mortos
como naquele tempo em Moscou
e você me negasse os seus braços
e se me crucificasse
como naquele dia em Toronto
mas qual nada, sequer um confronto

se estivéssemos isso ou aquilo
unidos de qualquer forma
nos bons momentos e na tristeza
mesmo que você estivesse em Lhasa
eu me sentiria em casa.

4 comentários:

Anônimo disse...

Gostei! muito bom o poema? É de sua autoria?

Talvez eu possa postar no nosso blog, citando sua autoria? me mande um e-mail com seu nome completo, idade e profissão...

Portal Meio Aéreo - Comissários de Bordo

hfm disse...

Que beleza! que ritmo! que poesia se solta das suas palavras!

Quanto a Cecília versus Sophia vc acertou mesmo. Duas grandes mulheres com uma poesia limpa e melódica.

Um abraço

Fred Matos disse...

Sim, Danilo, o poema é meu e você pode publicar.
Agradeço pelo comentário.

Fred Matos disse...

Helena, que a mútua simpatia não seja o único combustível do seu benevolente comentário.
Obrigado.

Beijos

pesquisar nas horas e horas e meias