terça-feira, setembro 9

banal




- As casa novas, redargüiu o Sr. Bergeret, são mais cômodas do que as velhas. Mas, não gosto delas, talvez porque sinta melhor, num luxo que se pode medir, a vulgaridade de uma vida estreita. Não é que eu sofra, mesmo por vocês, com a mediocridade da minha situação. É o banal e o comum que me desagradam. Vão-me achar absurdo.

- Oh! Não, papai!

- Na casa nova, o que me é odioso, é a exatidão das disposições correspondentes, a estrutura muito aparente dos alojamentos, que se nota de fora. Há longo tempo que os citadinos vivem empilhados. E uma vez que sua tia não quer ouvir falar de uma casinha de arrabalde, desejo acomodar-me bem num terceiro ou quarto andar e é por isso que renuncio com pena às velhas casas...”

 

Anatole France

Em “O Sr. Bergeret em Paris”

 

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