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para marina
ouço, se não me traem os sentidos,
soando das cordilheiras líquidas do mar,
cordas de aço cantando um fado antigo.
ouço mulheres chorando a saudade dos filhos,
dos amantes, dos maridos:
marinheiros que nunca vão voltar.
na esperança de que voltem,
trocam as flores secas das grinaldas
as noivas que nunca vão casar.
são vozes gregas, fenícias, portuguesas...
que em comum toam, com a mesma melancolia,
a dor de quem vive só. só por esperar.
publicado em "Eu, Meu Outro"
Editora Poesia Diária
Maio/1999
2 comentários:
Poesia bonita. Marina é sua espôsa, filha?
Maurício
Marina é uma sobrinha, Maurício.
Grato pelo comentário.
Volte sempre.
Abraços.
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