segunda-feira, setembro 29

A fotossíntese do Mal - Antônio Adriano de Medeiros


Antônio Adriano de Medeiros ©




ilustração: foto de Mário Cravo Neto



A inveja, a traição, o furto, o assassinato,
o seqüestro, a extorsão, o linchamento, a curra,
o sadismo inveterado e até a simples surra,
atraem minha atenção e arrepiam-me o tato.

Haverá algo melhor que ouvir a voz que urra
contemplando o par de olhos a suplicar clemência,
da indefesa vítima que em sua pura inocência
confiou nas promessas do patife que a esmurra?

Fazer o mal é tão bom que às vezes até machuca!
E a maldade que há em mim, tão antiga, já caduca,
não se cansa de renascer toda manhã, bem cedinho.

É que vem a luz do sol e desvia-me do caminho,
provocando em meu íntimo a Fotossíntese do Mal...
E eu já acordo tramando algum Pecado Mortal.




O médico psiquiatra Antônio Adriano de Medeiros é Paraibano, mas vive em Natal, Rio Grande do Norte. Publicou, em 1995, “Sonetos Para O Diabo”, na revista holandesa Sur; em 1999, “7 Sonetos de Um Amor Muito Safado”, na Antologia Eros, da Editora Poesia Diária e, em 2000, pela Editora Papel Virtual, o livro “Zoológico Fantástico”.
Faz muito tempo que não tenho notícia do AAM, e sinto falta disso.

2 comentários:

Soledade disse...

Também nada sei do AAM. Deu-me saudade quando li o poema.

Fred Matos disse...

Pois é. O tempo passa e os amigos vão sumindo.

pesquisar nas horas e horas e meias