segunda-feira, setembro 29

noites


ilustração: Van Gogh - Starry Night - 1889


a saudade
inscrita no musgo da pedra marinha
onde um dia deixei meus olhos
vem em sonhos
e me desperta no meio da noite
insistindo por uma lágrima

nego-a

como de resto tenho negado
qualquer sinal de emoção
qualquer ato que possa me comover
além do suportável limite da razão

bebo água
fumo um cigarro
torno à cama.




Fred Matos

2 comentários:

Anônimo disse...

cristais em diferentes sabores.

lápis-lazúli,
ametistas
e breves safiras

no vale dos lençóis
corre o leito das águas sonhadas.

Todas as noites
- e também na razão -
há lágrimas para as utopias.

Fred, o sentir das "noites" é intenso.

Fred Matos disse...

Obrigado, amigo, pela visita, leitura e poema comentário.
Abração

pesquisar nas horas e horas e meias