ilustração: Van Gogh - "A Pair of shoes" - 1886
ah passageiro da ilusão
em que curva da estrada
perdeste a razão?
o musgo do esquecimento
caiu sobre os teus olhos
não deves lamentar
todo lamento é vão
o amor perdido
não te pedirá perdão.
atirastes
em solo sáfaro
todas as tuas esperanças
rega-o agora com as tuas lágrimas
cobre-o com o teu cabelo
cumpre o outonal destino
das folhas amarelas
abandona este humano corpo
cai como semente
talvez ela te ouça
e o amor brote novamente.
Fred Matos
2 comentários:
porque não manter esperança?
nem tudo é fantasia ou lembrança.
existe possibilidade nas lágrimas.
e na incerteza das partículas,
o amor é sempre existência
... geminável ...
Seu comentário em versos, belos versos, me fez lembrar um poema que publiquei em “Anomalias” e cujo título é “Descaminhos”:
Não devo demorar-me nas memórias
que guardam as razões e fantasias
de onde meus versos emergem
como meros fragmentos
até então de mim ocultos.
Urge uma fotografia deste instante
quando todas as lembranças são vãs
e a esperança foi um inseto que passou.
Obrigado pela visita, leitura e comentário.
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