não sei quem é o autor da foto
jamais me perguntei
porque tenho apascentado esta manada
cujos olhos perfuram meus silêncios.
gostava que não me apertassem o pescoço
nem que me exigissem manter limpos
os meus sapatos de mármore.
mas nunca, jamais, nenhum pio.
caminho ereto e sorridente como um asno
cuja felicidade é a ausência da cangalha.
contudo, tenho intimamente gritado
que todos os meus sonhos se diluem
como a neblina após a alvorada.
mas não.
estão todos surdos
nunca serei ouvido
exceto na opacidade dos meus olhos
cobertos de musgos.
Fred Matos
Nenhum comentário:
Postar um comentário