para Carlos Drummond de Andrade, em memória
ilustração: Fred Matos
Quando eu nasci, um poeta gauche
desses que vivem na praia,
disse: Vai, Carlos! ser Fred na vida.
Os homens espiam as mulheres
que correm atrás de casamento
O azul talvez não tardasse
houvesse desejos mais nobres.
O ônibus passa cheio de braços:
braços curtos compridos magros
Para que tanto braço, my God,
pergunta meu miolo mole.
Meu coração, porém, não pergunta nada.
A mulher atrás do homem de bigode
é risonha, complexa e frágil.
Fala pelos cotovelos.
Tem muitas amigas fáceis
o homem da mulher de bigode.
My God, por que te abanas
se sabes que já é outono
se sabes do frio no meu peito.
Catre, catre, estreito catre
se eu me chamasse Fernando
não seria rima, seria solução.
Catre, catre, estreito catre
aprisionas o meu coração.
Eu devia te dizer
mas essa luz
mas essa cachaça
botam a gente
embriagado como os anjos.
Fred Matos
Julho de 2002
Quando eu nasci, um poeta gauche
desses que vivem na praia,
disse: Vai, Carlos! ser Fred na vida.
Os homens espiam as mulheres
que correm atrás de casamento
O azul talvez não tardasse
houvesse desejos mais nobres.
O ônibus passa cheio de braços:
braços curtos compridos magros
Para que tanto braço, my God,
pergunta meu miolo mole.
Meu coração, porém, não pergunta nada.
A mulher atrás do homem de bigode
é risonha, complexa e frágil.
Fala pelos cotovelos.
Tem muitas amigas fáceis
o homem da mulher de bigode.
My God, por que te abanas
se sabes que já é outono
se sabes do frio no meu peito.
Catre, catre, estreito catre
se eu me chamasse Fernando
não seria rima, seria solução.
Catre, catre, estreito catre
aprisionas o meu coração.
Eu devia te dizer
mas essa luz
mas essa cachaça
botam a gente
embriagado como os anjos.
Fred Matos
Julho de 2002
2 comentários:
Olá, um trabalho bacana com um poema muito difícil de se mexer. Criativa a sua releitura!
Obrigado, Rafael.
Visitei o "manufatura" e o "Stalingrado III", gostei das coisas que li.
Abraços
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