ilustração: foto de Mário Cravo Neto
descreve o que era naquele tempo a Cidade da Bahia
A cada canto um grande conselheiro,
que nos quer governar cabana, e vinha,
não sabem governar sua cozinha,
e podem governar o mundo inteiro.
Em cada porta um freqüentado olheiro,
que a vida do vizinho, e da vizinha
pesquisa, escuta, espreita, e esquadrinha,
para a levar à Praça, e ao Terreiro.
Muitos mulatos desavergonhados,
trazidos pelos pés os homens nobres,
posta nas palmas toda a picardia.
Estupendas usuras nos mercados,
todos, os que não furtam, muito pobres,
e eis aqui a cidade da Bahia.
Influenciado pela estética, estilo e sintaxe de Gôngora e Quevedo, Gregório de Matos, considerado o iniciador da literatura brasileira, ou pelo menos, da poesia barroca brasileira, nasceu em Salvador, Bahia, em 20 de dezembro de 1623 e morreu em Recife, Pernambuco, em 1696, contemporâneo, pois, do Pe. Antônio Vieira.
Alcunhado de “o Boca do Inferno” em razão de seus versos satíricos, muitas vezes chulos, e caracterizados por violentos ataques pessoais, Gregório de Matos foi amado e odiado.
A cada canto um grande conselheiro,
que nos quer governar cabana, e vinha,
não sabem governar sua cozinha,
e podem governar o mundo inteiro.
Em cada porta um freqüentado olheiro,
que a vida do vizinho, e da vizinha
pesquisa, escuta, espreita, e esquadrinha,
para a levar à Praça, e ao Terreiro.
Muitos mulatos desavergonhados,
trazidos pelos pés os homens nobres,
posta nas palmas toda a picardia.
Estupendas usuras nos mercados,
todos, os que não furtam, muito pobres,
e eis aqui a cidade da Bahia.
Influenciado pela estética, estilo e sintaxe de Gôngora e Quevedo, Gregório de Matos, considerado o iniciador da literatura brasileira, ou pelo menos, da poesia barroca brasileira, nasceu em Salvador, Bahia, em 20 de dezembro de 1623 e morreu em Recife, Pernambuco, em 1696, contemporâneo, pois, do Pe. Antônio Vieira.
Alcunhado de “o Boca do Inferno” em razão de seus versos satíricos, muitas vezes chulos, e caracterizados por violentos ataques pessoais, Gregório de Matos foi amado e odiado.
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