não sei quem é o autor da foto
quem souber me dê notícias
de Aliomar Antônio de Brito
e de Manuel Norberto Filho,
os mais remotos amigos
que a minha memória guardou.
éramos um trio inseparável,
das portas da puberdade
ao fim da adolescência.
um foi cuidar das terras da família,
que estavam sem gerência.
o outro foi pra São Paulo,
cumprir sina nordestina.
eu fiquei poetando à-toa,
pra que a saudade não doa.
quem souber me dê noticias
de Armindo Jorge de Carvalho Bião
de Enéas Guerra Sampaio
de Alex Ivan Peirano Chacón
de Antônio Carlos Araújo Correia
de Mário Cravo Neto
de Dita, de Cady, de Lúcia, de Mina,
de Ely, de Pink, de Césio, de Pedro,
de tantos outros amigos e amigas,
que a rotina da vida me roubou.
quem souber me dê notícias
de um certo Fred que fui,
e que não é o mesmo que sou.
ps: saudade, também, de Luciano Diniz Borges, que já nos deixou. Não entrou no poema, mas jamais será esquecido.
Fred Matos
publicado em "Anomalias".
Editora Kelps
Setembro/2002
2 comentários:
Não trago notícias desse tal Fred mas caso encontre peça que continue poetando, a gente agradece.
Abraços da Elis (que também anda se procurando.
Elis,
Há momentos nos quais eu penso que só é possível encontramo-nos quando paramos de nos procurar, talvez porque procuremo-nos no lugar errado.
Há outros nos quais acredito que é impossível, porque estamos também (dispersos) em cada pessoa que interage conosco, e que, mas não apenas por conta disso, ninguém é um apenas, até porque somos mudança constante, física e psicológica.
Entretanto, creio que este buscarmo-nos é, senão intrínseco ao ser humano e fator preponderante da evolução da nossa espécie, uma atividade muito divertida, no mínimo.
Escrever, para mim, é, concomitantemente, lúdico e esforço de compreensão de mim próprio e deste mundo terrível e maravilhoso que nos calhou de nos ver passar.
Obrigado pela visita, pela leitura, pela amizade, pelo comentário.
Beijos.
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