terça-feira, outubro 7

serenamente


ilustração: foto de Luc Selen


se
quando a noite invadir teu quarto
o sono não nascer
recite
pausadamente
este poema

ouça
atentamente
o som de cada palavra
de cada fonema

repita-as
indefinidamente
até que adquiram
cada uma delas
um novo significado
e valham todas
como se fossem uma

uma somente

somente aquela
que tenho te sussurrado
insistentemente

quando isto ocorrer
perceberás na tua voz
e ao teu lado
a minha presença

deite-te pequena
relaxe
feche os olhos

respire profundamente
o perfume do nardo
durma que eu te guardo
não tema o abandono
entregue-te ao sono
e aos nossos sonhos

serenamente.



Fred Matos

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