para o mano Zé Ricardo
estes versos, filhos da noite escura,
contaminados do negrume de quando concebidos,
clamam por luz e alegrias diurnas,
pela alegria da algazarra infantil, na praça
onde aposentados jogam dominó na sobra de árvore frondosa.
praça, arvores, sombra, que tenho na lembrança;
de uma cidade que, não sei onde, não existe mais.
mas é noite e é escuro e tenho sono e preguiça.
onde, talvez, um dia, contrariando o inevitável,
não se levante um prédio, outra muralha,
mas uma praça, com arvores e sombras,
onde eu possa reunir-me aos velhos do bairro
para um jogo de dominó, ao som de gargalhadas.
publicado em "Eu, Meu Outro"
Editora Poesia Diária
Maio/1999
2 comentários:
nostalgia do presente e do futuro
o passado a todos pertence
muito bem descrito
Obrigado, Iosif.
Abração
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