Dominique Sanda em Une femme douce
alheia a mim,
queda adormecida tua ânsia febril:
inconfessáveis desejos subjugados por mágoas,
cicatrizes que sangram,
inconfessáveis desejos subjugados por mágoas,
cicatrizes que sangram,
sangram ainda,
sim,
sangram.
Sangram não obstante o esquecimento,
o silêncio insuportável teimando em reincidir,
em invadir cada momento,
cada fresta,
sim,
sangram.
Sangram não obstante o esquecimento,
o silêncio insuportável teimando em reincidir,
em invadir cada momento,
cada fresta,
cada ermo da alma,
cada estranha fisionomia;
como amarga lâmina
que guarda o travo da dor
cada estranha fisionomia;
como amarga lâmina
que guarda o travo da dor
transida do frio do aço.
Como a luz do primordial cristal
invadirei o claustro onde aninhas nos braços
a verde pedra sonolenta de pelos eriçados
e despirei teu hábito,
teus trajes de alpinista,
pétala a pétala,
até a última lã.
Invadirei o claustro como um byte louco,
ou na pelagem de lobos
ou como aragem matinal
e raptarei tua sede,
tua fome,
tua força,
teu gozo,
teu uivo vitorioso,
teu juízo final.
Como a luz do primordial cristal
invadirei o claustro onde aninhas nos braços
a verde pedra sonolenta de pelos eriçados
e despirei teu hábito,
teus trajes de alpinista,
pétala a pétala,
até a última lã.
Invadirei o claustro como um byte louco,
ou na pelagem de lobos
ou como aragem matinal
e raptarei tua sede,
tua fome,
tua força,
teu gozo,
teu uivo vitorioso,
teu juízo final.
Fred Matos
publicado em "Anomalias".
Editora Kelps
Setembro/2002
Editora Kelps
Setembro/2002
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