terça-feira, novembro 18

melancolia


ilustração: Luiz Fonseca


um não que é talvez
um talvez que talvez sim
e sins que são jamais

assim caminha a eternidade
enquanto à margem da página
eu penso no nunca intuído
escrevo hieróglifos a giz
e bebo gritos azedos

eu creio que dirás ou talvez não
que te espanta tanta melancolia
sobretudo se tenho à mão
armas pra vencer qualquer batalha

poderás entender um dia
que a vitória é não lutar?


Fred Matos


4 comentários:

joeldo disse...

Fred,
Gosto da sua maneira de dizer tudo em poucos versos.
Quando eu crescer quero escrever assim.
Forte abraço
Joeldo

Fred Matos disse...

Será interessante porque quando eu crescer quero escrever tal qual você.
Obrigado, amigo.
Abração

Priscila Manhães disse...

"eu penso no nunca intuído
escrevo hieróglifos a giz
e bebo gritos azedos"

Assim tem sido meus dias.

Beijo grandão, querido.

Fred Matos disse...

Desentendimentos amorosos, minha amiga? Seja lá o que for, espero que se cumpra o que escrevi em outro poema:

como um líquido translúcido leve
a turbulência sempre passa breve
se acomodando ocupando lacunas
e as dores espumas se desvanecem.

Beijocas.

pesquisar nas horas e horas e meias