Antoniel Campos ©
Não sei quem é o autor da foto
Quando a noite, já alta, te alcança,
E à visão, a estrada, ninguém traz,
É porque essa noite se compraz
Tão somente em mostrar-me à tua lembrança...
No afã de enxergar, o olhar dança:
Percorre a rua, o céu, jardins, quintais...
Em todos vê um só... nada vê mais...
(O olhar é a lança que o coração lança...)
Mas fecha, amor meu, os teus olhinhos...
(Os meus fecho também e assim te vejo...)
E vê que eles não brilham sozinhos...
Se a noite é alta, imenso é o desejo,
De estar assim pertinho e mais pertinho...
Tão perto que o olhar passe a ser beijo...
Nascido em Pau dos Ferros, RN, em 1967, Antoniel Campos mora em Natal, é poeta e engenheiro civil. Publicou: “Crepes e Cendais”, 1998, “De cada poro um poema”, 2003 e “A esfera”, 2005.
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