ilustração: Carlinhos Brown
foto de Mário Cravo Neto
Eu me preparava para pesquisar e escrever algo acerca do Dia Nacional da Consciência Negra, que é celebrado hoje, data do assassinato, em 1695, de Zumbi, considerado o mais importante líder do quilombo de Palmares (AL), a maior e mais importante comunidade de escravos do Brasil, com população estimada de mais de 30 mil pessoas.
Foi quando recebi mensagem eletrônica da amiga Nilze Costa e Silva com um texto que ela adaptou do livro “O que é Racismo”, de Joel Rufino dos Santos.
Este é o texto de Nilze:
Onde está o seu racismo?
Sob efeito da opinião pública, um juiz havia decretado integração racial nas escolas dos Estados Unidos.
A pequena Judith ia enfim sentar-se num banco de madeira para aprender as coisas que faziam o orgulho dos adultos. Sua mãe ouvira no noticiário matinal que o mundo inteiro prestava atenção nos Estados Unidos, no Texas, naquela modesta escola de Dallas, na sua pequena Judith, mas foi com serenidade que lhe preparou a lancheira e os cadernos. Um irmão acompanhou Judith até perto.
Não foi comum seu primeiro dia de aula. Nenhuma criança branca comparecera, de forma que a professora, sem saber onde pôr as mãos, ensinou tudo sozinha para ela – e, na verdade, para centenas de soldados que do lado de fora garantiam sua integridade.
Ao comer a merenda, Judith continuava só. Meio-dia, quando guardou seus pertences para voltar a casa, já não se sentia nada contente. As duas fileiras de soldados faziam um corredor para ela passar. Por detrás deles apareceram, então, centenas de carinhas brancas - xingando, vaiando, cuspindo. Havia adultos, também, mas Judith não quis olhar ninguém. Seus passos eram firmes, até onde uma garota de 7 anos pode andar assim. O coro a perseguiu até à praça, em frente à escola.
A pequena Judith sentou-se, então, num banco de pedra e abaixou o rosto. Um homem branco veio na sua direção - os soldados, por um instante, chegaram a pensar numa agressão. Ele pôs a mão no seu ombro, de leve, e segredou: "Judith, não deixe eles verem que você está chorando".
Fatos reais como estes pontilharam a crônica dos Estados Unidos na década de 1960, parecendo confirmar que ali é, por definição, a Pátria do racismo. Hoje, como vemos, as coisas estão mudando e os Estados Unidos conseguiram dar uma rasteira no racismo, elegendo seu primeiro presidente negro de toda a história do País.
E você? Onde guarda o seu racismo? Dê uma geral dentro de si mesmo e se o encontrar, destrua-o, o mais rápido possível, pois Deus nos fez a todos irmãos.
Foi quando recebi mensagem eletrônica da amiga Nilze Costa e Silva com um texto que ela adaptou do livro “O que é Racismo”, de Joel Rufino dos Santos.
Este é o texto de Nilze:
Onde está o seu racismo?
Sob efeito da opinião pública, um juiz havia decretado integração racial nas escolas dos Estados Unidos.
A pequena Judith ia enfim sentar-se num banco de madeira para aprender as coisas que faziam o orgulho dos adultos. Sua mãe ouvira no noticiário matinal que o mundo inteiro prestava atenção nos Estados Unidos, no Texas, naquela modesta escola de Dallas, na sua pequena Judith, mas foi com serenidade que lhe preparou a lancheira e os cadernos. Um irmão acompanhou Judith até perto.
Não foi comum seu primeiro dia de aula. Nenhuma criança branca comparecera, de forma que a professora, sem saber onde pôr as mãos, ensinou tudo sozinha para ela – e, na verdade, para centenas de soldados que do lado de fora garantiam sua integridade.
Ao comer a merenda, Judith continuava só. Meio-dia, quando guardou seus pertences para voltar a casa, já não se sentia nada contente. As duas fileiras de soldados faziam um corredor para ela passar. Por detrás deles apareceram, então, centenas de carinhas brancas - xingando, vaiando, cuspindo. Havia adultos, também, mas Judith não quis olhar ninguém. Seus passos eram firmes, até onde uma garota de 7 anos pode andar assim. O coro a perseguiu até à praça, em frente à escola.
A pequena Judith sentou-se, então, num banco de pedra e abaixou o rosto. Um homem branco veio na sua direção - os soldados, por um instante, chegaram a pensar numa agressão. Ele pôs a mão no seu ombro, de leve, e segredou: "Judith, não deixe eles verem que você está chorando".
Fatos reais como estes pontilharam a crônica dos Estados Unidos na década de 1960, parecendo confirmar que ali é, por definição, a Pátria do racismo. Hoje, como vemos, as coisas estão mudando e os Estados Unidos conseguiram dar uma rasteira no racismo, elegendo seu primeiro presidente negro de toda a história do País.
E você? Onde guarda o seu racismo? Dê uma geral dentro de si mesmo e se o encontrar, destrua-o, o mais rápido possível, pois Deus nos fez a todos irmãos.
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