ilustração: Maryeva Oliveira
foto promocional
Soneto 88
Sete anos de pastor Jacó servia
Labão, pai de Raquel, serrana bela;
Mas não servia ao pai, servia a ela,
Que ela só por prêmio pretendia.
Os dias, na esperança de um só dia,
Passava, contentando-se com vê-la;
Porém o pai, usando de cautela,
Em lugar de Raquel lhe dava Lia.
Vendo o triste pastor que com enganos
Lhe fora assi[m] negada a sua pastora,
Como se a não tivera merecida,
Começa de servir outros sete anos,
Dizendo: – Mais servira, se não fora
Para tão longo amor tão curta a vida!
Luís de Camões
Sete anos de pastor Jacó servia
Labão, pai de Raquel, serrana bela;
Mas não servia ao pai, servia a ela,
Que ela só por prêmio pretendia.
Os dias, na esperança de um só dia,
Passava, contentando-se com vê-la;
Porém o pai, usando de cautela,
Em lugar de Raquel lhe dava Lia.
Vendo o triste pastor que com enganos
Lhe fora assi[m] negada a sua pastora,
Como se a não tivera merecida,
Começa de servir outros sete anos,
Dizendo: – Mais servira, se não fora
Para tão longo amor tão curta a vida!
Luís de Camões
4 comentários:
luís vaz de camões, sem dúvida um dos meus eleitos. acho este particularmente bonito apesar de sofrido... tem a força do verdadeiro amor!
um abraço
luísa
Este é um dos meus preferidos, talvez por ser um dos primeiros que conheci ainda na infância. Faz muito, muito tempo. Obrigado, Luísa, pela visita, leitura e comentário.
Beijos
Fred, adorei a citáção de Camões, seu blog é muito rico.
Forte abraço,
Joeldo
Obrigado, Joeldo.
Achei que fazer um blog só com os meus poemas não me motivaria a mantê-lo.
Além disso, a diversidade pode trazer para ler pessoas que chegam aqui com outros interesses.
Abração.
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