sábado, novembro 22

tarde fria


não sei quem é o autor da foto


tudo está calmo
como o espelho congelado
de um lago andino
e eu,
que não tenho desejado
nada mais que isto,
inquieto-me
como se a paz prenunciasse
tempestades.

se houvesse alguém
me esperando esta tarde,
se houvesse pendente
um trabalho urgente,
se eu sofresse um susto,
uma descarga de adrenalina...

mas não.
tudo está congelado
como um espelho calmo
em cujo reflexo há impresso
o meu olhar atônito

felizmente há um relógio na parede
onde posso ver que o tempo avança

eu e o relógio somos tudo o que se move:
nele os ponteiros, em mim a fantasia
conquanto inanimados nesta tarde fria.


Fred Matos

8 comentários:

Rounds disse...

muito bom!

Anônimo disse...

tarde fria perceptível nas letras azuis

bonito, fred!
bjo

Fred Matos disse...

Obrigado, Tarcísio. Daqui a pouco vou bisbilhotar o On The Rocks.
Obrigado pela visita, leitura e comentário.
Abraços

Fred Matos disse...

Obrigado, Camila. Sim, foi este o propósito das letras azuis.
Beijos

Simone Petry disse...

belo poema! muito bonito mesmo...

obrigada pela visita lá no espaço, pena que lá não tenho coisas tão bonitas quanto aqui.

bj

Fred Matos disse...

Eu gostei muito e encontrei coisas bonitas no seu "quintal virtual", Simone.
Obrigado por vir, por ler, por comentar.
Beijos

Elis Zampieri disse...

Bendita inspiração e mais ainda esta habilidade de arquitetar de modo tão perfeito as palavras.
Abraços Fred.

Fred Matos disse...

Obrigado, Elis, pela visita, leitura e comentário.
Beijos.

pesquisar nas horas e horas e meias