para Juliana, afilhada
vindimando versos vício infértil
se de mim é o ego que revelo
e ele é uma máscara inútil.
os sonhos que reprimo tantas taras
mesmo a mim é negado saber
que em remoto dia outras eras
não me lembro quem me fez esquecer.
no exercício de mostrar-me íntegro
cai a máscara que outra oculta
e me perco onde me acho ímpio
fruto peco que o sofrer avulta.
as noites ermas passam lentamente
e minha poética persiste latente.
publicado em "Eu, Meu Outro"
Editora Poesia Diária
Maio/1999
Nenhum comentário:
Postar um comentário