domingo, dezembro 7

o louco e o poeta




ilustração: "Pair of Shoes, A, 1886"  Van Gogh


para Mauricio Rosa de Almeida



no átimo de uma vida
traçada com o fio do acaso
na árdua estrada ilógica,
seguem, o louco e o poeta,
alargando as margens da rota.

vão, no limite que criam,
tornando concreto o fantástico,
semeando sonhos e alegrias,
mesmo com a alma em pedaços,
porque sabem que tudo é falso.

sabem que a vida é alegoria,
conhecem o sabor do fracasso
e que toda glória é vazia,
mas seguem: ampliando espaços
para uma nova teogonia.



Fred Matos
publicado em "Anomalias".
Editora Kelps
Setembro/2002

6 comentários:

Elis Zampieri disse...

E seguem...Todo louco um pouco poeta, todo poeta um pouco louco.
Lin-do! Obrigado Fred por nos presentear coms teus versos.
Bom domingo!

Fred Matos disse...

Eu que te agradeço, Elis, pela presença constante, leitura e comentários estimulantes.
Bom domingo pra você também.

Anônimo disse...

o poema é genial!

gostei em especial dessa parte:

"vão, no limite que criam,
tornando concreto o fantástico,
semeando sonhos e alegrias,
mesmo com a alma em pedaços,
porque sabem que tudo é falso."

o "porque sabem que tudo é falso" ficou ecoando na minha cabeça.

beijos

Fred Matos disse...

Beijos, Camila.
Deixou-me comovido o seu comentário.

Maria Azenha disse...

Assim é o poeta.


Gosto muito.

Beijos,

mariah

Fred Matos disse...

Obrigado, Mariah.
Beijos

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