domingo, dezembro 14

verão


foto: Fred Matos


o verão é um saco quente
este calor me angustia e o tédio
de tanto azul e luz demais
demasiadamente lerdo

pifou-me o ar condicionado
não há reparo para o velho
um novo não cabe no orçamento

saio do banho suando saio do sério
não há água que aplaque a sede
o sal do mar me entranha a pele

mesmo as palavras soam secas
pedras de fogo polidas a martelo
ah! um útero úmido que me guarde
até que passe este cacto pesadelo.



Fred Matos
16/11/2002


2 comentários:

Elizabeth F. de Oliveira disse...

Olá, Fred!Gostei do poema, sobretudo da última estrofe. Agradeço a visita.
Abraço grande

Fred Matos disse...

Obrigado, Elizabeth.
Espero que me visite mais vezes.
Abraços

pesquisar nas horas e horas e meias