ilustração: Jan Saudek
é um porrão de merda
as pernas dois pilões
o cabelo náilon ordinário
os seios dois limões
de sumo já extraído
bem a merece o marido
que já perdeu os colhões.
este filho de vigário
faz-se de tudo esquecido
sempre se faz necessário
lembrar-lhe que é indevido
homem usando vestido.
bem o merece a esposa
que se veste ao contrário
da boca aos borbotões
saem asneiras mugidos
semelha ter engolido
e ainda não ter digerido
os sinos do campanário
bem a merece o marido
rematado salafrário
resulta desnecessário
dizer que entorpecido
este pobre escriturário
ficou muito ofendido
vendo estranho plenário
eles bem que se merecem
e a este obituário.
Fred Matos.
18/06/2003
as pernas dois pilões
o cabelo náilon ordinário
os seios dois limões
de sumo já extraído
bem a merece o marido
que já perdeu os colhões.
este filho de vigário
faz-se de tudo esquecido
sempre se faz necessário
lembrar-lhe que é indevido
homem usando vestido.
bem o merece a esposa
que se veste ao contrário
da boca aos borbotões
saem asneiras mugidos
semelha ter engolido
e ainda não ter digerido
os sinos do campanário
bem a merece o marido
rematado salafrário
resulta desnecessário
dizer que entorpecido
este pobre escriturário
ficou muito ofendido
vendo estranho plenário
eles bem que se merecem
e a este obituário.
Fred Matos.
18/06/2003
12 comentários:
tudo hilário
desde a foto até a ultima palavra
humor negro tem lugar
neste mundo de merda
de seios flácidos
e colhões de amendoim torrado
e viva o deboche
nada mais é doce
Inédito? Isso precisa ser publicado. Mui-to bom. Nem sei mais como elogiar, você me deixa sempre boquiaberta, escreve pacas (e olha que odeio rasgação de seda...rs).
Fred,
bela forma de apresentar os desamores empáticos...
Adorei!!!
Iosif,
Quando escrevi este poema, em 2003, a nossa saudosa amiga Eliane Stoducto pensou que eu me referia ao casal Garotinho, mas eu nos os conheço e a semelhança, se há, é, neste caso, mera coincidência.
Grande abraço.
Bruna,
Já não me animo a meter a mão no bolso para editar meus livros. Foi assim que publiquei os dois primeiros, que são de poemas ("Eu, Meu Outro" e "Anomalias"). O terceiro, (Melhor que a encomenda) de contos, foi publicado graças ao extinto Selo Letras da Bahia, da Fundação Cultural do Estado.
Como não tenho como distribuir comercialmente e tenho o estúpido prurido de não os vender pessoalmente, restam algumas centenas de livros encaixotados. Outras centenas eu fiz a distribuição gratuita aos amigos, arcando inclusive com custos de correio.
Se eu não mudar de idéia, porque nunca se sabe o que a vaidade pode fazer de um velho caduco, doravante publicarei apenas na Internet, exceto a possibilidade de algum editor resolver apostar no meu texto, coisa difícil de acontecer, porque não me animo a enviar originais para editoras, nem a freqüentar igrejinhas.
Eu fico contente com o seu comentário, porque acredito na sua sinceridade.
Beijo
Obrigado, Luisa,
Fico contente por você gostar.
Olá, caramba muito legal esse texto, a fotografia baseadíssima em palavras de um humor e "realidade" em pares.
Parabéns !
Bjs,
Chris
Gostei. A gente entra no clima desde o primeiro verso. Palmas pra vc. Fred.
abraço
Regina
Obrigado, Chris.
Fico contente por você gostar.
Beijos
Obrigado, Regina, pela visita, leitura e comentário.
Abraço
Bem, já disseram-te tudo! Resta-me então deixar-te meu abraço e admiração!
Obrigado, Ariano.
Abraço
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