ilustração: Jan Saudeck
escrevi este poema com os silêncios
que sobraram no sótão
onde
na infância
escondíamos as sementes
apanhadas nas frestas
dos paralelepípedos polidos
de uma rua úmida
coalhada de borboletas
sóis siameses
e anos luminosos
deliciosamente nossos
ossos nus nações limítrofes
e repito tal mantra um verso apenas:
nada é vão.
Fred Matos
26 comentários:
Sim, nada é em vão. Tudo é válido.
E infância, é sempre bom retornar a ela, mesmo que através de lembranças.
A puerilidade, a certeza de um futuro melhor... não tem preço.
Beijos.
Agradeço-lhe, Moça do Fio, pela leitura e comentário.
Beijos.
Por vezes acreditamos um assunto esgotado, ou que nada novo pode ser isso, você apresenta "infancia" numa abordagem aburdamente nova e bela.
Os poetas não existem em vão.
Rossana
Bondade sua, Rossana.
Bondade que agradeço.
Beijos
Adorei Fred,
Reviver a infância,é um bálsamo para alma.
bjs,
Mari
Obrigado, Mari.
Beijos
Caro Fred,
sempre ficam da infância algumas recordações que de vez em quando nos afloram o pensamento e nos permitem viajar no tempo!
Beijinhos,
Ana Martins
Fred Matos
Ao ler seu poema, percebo um mundo dentro de outro mundo, onde a poesia sai pura, que coisa mais linda leio hoje seu.
PARABÉNS.....
Deixo meu convite para você ler meus versos "CONVEXO".
Efigênia Coutinho
Obrigado, Ana.
Deixa-me contente a sua leitura e comentário.
Beijos.
Claro que irei lê-la, Efigênia. E agradeço-lhe a visita, leitura e comentário.
Beijos
Nossa, amei o lirismo e o jogo de palavras!!!
Também escrevi muitos poemas com o silêncio e com a solidão.
Essa nostalgia poética e a força do poema são maravilhosos.. Parabéns!!
a melhor saudade é a da infancia.
bjosss...
Toda crtiança tem uma rua e nessa rua mora a sua história. seus heróis e fantasmas. Mora segredos, mora esconderijos.
A sua rua não foi em vão!
beijos pra vc
.................Cris Animal
"a rua úmida coalhada de borboletas" adorei esta passagem, ah, essa bichinhas da infância que voam no nosso nariz!
Agradeço-lhe, Priscila, não apenas pela leitura e comentário, mas, também por tornar-se acompanhante do blog.
Beijos
Eu tenho ótimas lembranças da minha infância, Nanda, mas é claro que na poesia a fantasia tem uma parcela muito maior que as recordações.
Obrigado, amiga.
Beijos
Eu fui uma criança que morou em muitas ruas, e no tempo que as crianças brincavam na rua, Cris.
Agradeço-lhe a leitura e comentário.
Beijos
Obrigado, Adriana, fico contente por você gostar, pela leitura e comentário.
Beijos
Magnífico poema para variar! ;))
"escrevi este poema com os silêncios
que sobraram no sótão" Fred,que lindo. O poema todo é de uma poesia intensa. Adorável. Beijo.
Agradeço-lhe o generoso comentário, ma grande folle de soeur.
Beijos
Obrigado, Adriana, fico contente por você gostar.
Beijos
nada é vão.
tua poesia é de veias-abertas
: me sangram e curam...
Deixa-me contente o seu comentário, Nina.
Obrigado.
Beijos
Fred, eu não sabia, mas está correndo nos blogs: hoje é dia dos blogueiros.....rs
Não podeia deixar de dar um beijo em vc!
............Cris Animal
Se é assim: bom dia dos blogueiros (risos) pra você também, Cris.
Obrigado.
Beijos
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