ilustração: Van Gogh
Park with a Couple and a Blue Fir Tree.
1888
a sílaba silenciosa
desprendeu-se da garganta
mas o tempo havia passado,
agora não me adianta
o tempo havia passado
quando a palavra foi solta
agora não me adianta
porque o tempo não volta
agora não me adianta
que a frase nasça exata
o tempo dobrou a curva
& o poema não é acrobata
o tempo dobrou a curva
do meu poema perdido
nada há que o redima
deixo-o aqui interrompido.
a sílaba silenciosa
desprendeu-se da garganta
mas o tempo havia passado,
agora não me adianta
o tempo havia passado
quando a palavra foi solta
agora não me adianta
porque o tempo não volta
agora não me adianta
que a frase nasça exata
o tempo dobrou a curva
& o poema não é acrobata
o tempo dobrou a curva
do meu poema perdido
nada há que o redima
deixo-o aqui interrompido.
Fred Matos
22 comentários:
Belo demias, Fred!
Quantas vezes isso se repete quando o poeta é interrompido, por lembranças ou por pessoas.
Mas acredito que esse poema ficou mais belo, por estar perdido.
Mais humano se solidificou, como nós, perdidos nesse mundo.
Parabéns, amigo!
Beleza de poema!
Abraços
Mirse
Obrigado, Mirse.
Deixou-me muito contente o seu comentário.
Beijos.
Lindo seu poema..
beeeijo
o tempo dobrou a curva e ele não é acrobata...belo< Fred...um tesouro perdido. Beijo.
Caro Fred.
Certa vez, disse ao nosso amigo Joeldo Holanda a seguinte frase de Quintana: "Um bom poema é aquele que nos dá a impressão de que está lendo a gente ... e não a gente a ele!"
Repito agora a você. Alguns poemas seus, especialmente este e neste momento, parece que estão lendo a mim...
Grande abraço
Fico contente por você gostar, Nathy, e agradeço-lhe a leitura, comentário e por tornar-se acompanhante do blog.
Beijos
Obrigado, Adriana.
Bem que eu ficaria contente se os meus poemas fossem acrobatas e pudessem dobrar a curva do tempo.
(risos).
Beijos
Deixa-me contente o seu comentário, Lygia.
Obrigado.
Beijos
belo poema, como citou lygia, transcrevendo mario quintana, ele parece nos ler mesmo!
pelo menos a mim ele lê com presteza...
talento é raro, e vc tem muito. nada melhor que dividi-lo com quem o admira...
boa semana querido fred :*
Agradeço-lhe o comentário generoso, Garota.
Ótimo resto de semana pra você também.
Beijos
um poema sobre o timming do poema... uma pincelada de mestre =)
lindo mesmo
bjos
Obrigado, Mercedes.
É sempre bom receber a sua visita, leitura e comentário.
Beijos
você faz da vida, cada cena vivida,uma linda poesia, sem ligar pras suas sombras, és de fato um poeta
abraço
E você é, de fato, um bom amigo, Yosif.
Agradeço-lhe.
Abração
os trocadilhos se perdem fundindo em poema ...e nós do outro lado tentando nos encontrar.
Muito bonito, fred!
saludos pra ti, Anita.
Eu é que sou grato, Anita, pela visita, leitura e comentário.
Beijos
Fred, meu querido...
Vc não pode abandonar um amor por outro novo..o multi sente sua falta,
eu venho aqui matar a saudade, mas... nem tanto quanto gostaria.
Sobre o tempo? rsrrs li hj um poema maravilhose de um poeta espanhol, vou traduzir e te mando, vc e ele abordam o tempo de maneira singular.
Belo...
bijok
se esse bichinho sair a nteir-ar eu taquicar-dio-me! é demais, fred :)
putz, fred!
gosto cada vez mais da poesia que crias
gozo até se me permite... rssrs
até se não... gozo em deslimite
e venho em exercícios irresponsáveis
laboriando isso:
a irreversibilidade!
bravo, poetamais!
Bondade sua, Chico Cisco.
Abração.
Querida Malmal,
Não é que eu tenha abandonado o Multiply, só não o tenho freqüentado. Quem sabe apareço lá uma hora qualquer pra matar a sua saudade (risos).
Mande-me, sim, o poema.
Beijos
Ê Nina,
Não sei como não havia visto antes o seu comentário e o da Malmal.
Agradeço-lhe, querida.
Beijos
Postar um comentário