sábado, junho 20

na conquista do penta





enquanto o povo festeja
nas ruas a conquista do penta
o preço do pão
aumenta.

os detalhes do jogo
a nação festiva comenta
e se lhe metem a mão no bolso
aguenta.

atrás do trio elétrico
a multidão faminta fermenta
o orgulho que a embriaga
e alimenta.

novos ídolos se fazem
tendo por ferramenta
a bola que rola, enrola
e alenta.

eu também estou contente
mas mantendo a mente atenta
pois aqui exceto o jogo
tormenta.


Fred Matos
30/06/2002

12 comentários:

Anônimo disse...

Pois é meu amigo, poema bem realista... Em 2010 tem mais e é ano de eleições...

Gostei, beijos

Unknown disse...

Gostei muito do poema.
é futebol e muito bom,
maas não podemos esquecer da realidade.

Obrigada por estar me acompanho fico feliz :)

Bom final de semana.
Beijos :*

Unknown disse...

Então nosso pensamento comunga as mesmas idéias.

O oba-oba da seleção, trás também o preço de muitos que se sacrificam, pagam seus impostos, e veem o esporte (que gosto, e admiro), passarem para os altos salários dos jogadores.

Tenho os pés no chão. Acredito que todos sentem isso, mas ninguém fala.

Parabéns, Fred!

Pela postagem corajosa e reflexiva!

Beijos

Mirse

Anônimo disse...

Bonito seu poema.


Já gostei mais de futebol, acompanhava campeonatos e tudo mais... Hoje em dia vejo muito raramente.

Grande Beijo.

Mara faturi disse...

Moço,

rimando assim, ninguém aguenta, rs,rs...
muito bom, e olha que eu tenho uma implicância com poemas rimados...mas o seu está ótimo, com uma dose de ironia, no ponto;)
abração!

Adriana Godoy disse...

É...e isso não é de hoje. Em 70,em plena ditadura, enquanto as torturas e mortes corriam soltas, o povo comemorava a copa. Um poema que faz pensar. Beijo.

Fred Matos disse...

É verdade, Ada, é ano de eleições, mas espero que os eleitores já tenham maturidade suficiente para separar os resultados nos esportes do resultados administrativos.
Agradeço-lhe a visita, leitura e comentário.
Beijos

Fred Matos disse...

Exatamente, Nessa, Nada de confundir realidade com os resultados esportivos: a seleção não é "a pátria de chuteiras".
Ótimo domingo.
Beijos

Fred Matos disse...

Você abordou um tema interessante, Mirse: os altos salários pagos aos jogadores. Devo ressaltar que uma minoria que atua nos grandes clubes auferem estes altos salários, enquanto uma grande maioria dos clubes pequenos chegam a passar fome, mas os tais altos salários funcionam como uma ilusão que é responsável por desviar a cabeça de muitos garotos (e, infelizmente, de algumas famílias também) que abandonam os estudos e investem todo o futuro em uma loteria que premia poucos e condena milhares a um futuro incerto.
Além disso, os altos salários refletem os valores absurdos que alguns jogadores alcançam no mercado internacional. Recentemente o português Cristiano Ronaldo foi vendido pelo Manchester para o Real Madrid por 94 milhões de Euros, transação que alcançara cerca de 105 milhões de Euros, pois o Madrid assumiu o pagamento das comissões dos empresários e um pequeno valor que o Sporting tem direito a receber, por ser o clube que formou o jogador. A questão é saber se há possibilidade de retorno deste investimento através de contratos publicitários e venda de camisetas pelo Madrid, se é um investimento mal calculado. Ressalte-se que a transação acontece poucos dias após a aquisição de Kaká, pelo mesmíssimo Real Madrid, por 65 milhões de euros.
Parece que a crise mundial ocasionada pela bolha imobiliária não serviu de lição aos dirigentes do Real Madrid.
Agradeço-lhe a leitura e comentário.
Beijos

Fred Matos disse...

Fico contente por você gostar do poema, Manuella.
Grato por visitar-me e comentar.
Ótimo domingo
Beijos

Fred Matos disse...

Já eu não resisto a rimar em alguns poemas, Mara. Os poemas rimados correm mais risco de se tornarem chatos, mas eu gosto de correr riscos. Fiquei contente por você gostar do poema, apesar das rimas (risos).
Agradeço-lhe por vir, ler e comentar.
Ótimo domingo.
Beijos

Fred Matos disse...

Eu me lembro muito bem, Adriana. Na época eu eu tinha sentimentos paradoxais: torcia pela seleção brasileira, mas sofria pelo momento político.
A ditadura soube usar o tricampeonato como peça do seu marketing e talvez isso tenha atrasado alguns anos a volta da democracia, mas é algo que não sei avaliar.
Agradeço-lhe a visita, leitura e comentário.
Ótimo domingo
Beijos

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