quinta-feira, junho 25

tal qual meu pai – 7ª. parte


A minha vida ficou de ponta-cabeça quando eu disse em casa que era simpatizante e que me tornaria militante do partido. Papai enfureceu-se e me esbofeteou. Revidei com um soco. Resolvi sumir de casa, peguei umas mudas de roupa e, ainda sem saber onde me instalaria, fui para a casa de Lúcia. Eu estava uma pilha, esperava contar com seu apoio incondicional e me exasperei quando ela disse que eu errara revidando. A falta do seu apoio e o contencioso que já tínhamos resultou naquele que na época me pareceu o ponto sem retorno. Eu sabia que não teria o apoio de Arthur e Mauro, que não concordavam com a minha opção política. Fernando, um colega da faculdade e militante do partido, foi quem me acolheu.

Pouco tempo depois o partido determinou que nos mudássemos para um apartamento maior onde já moravam os camaradas Pedro, Evandro, Marta e Tânia. A principal tarefa da nossa célula era propaganda e arregimentação de quadros: o partido havia sofrido grande defecção porque não concordara em aderir à luta armada. Mas aquilo não durou muito tempo, tivemos que nos dispersar após a queda de André, o nosso contato.


Continua no próximo post


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