sábado, agosto 8

a música das horas e horas e meias

Edição especial 40 anos de Woodstock


Há 40 anos, de 15 a 18 de agosto de 1969, realizou-se em uma fazenda de Bethel, Nova York, com um público estimado entre 400 e 500 mil pessoas, o festival de Woodstock.


Tudo começou quando, sob o nome de “Challenge International, Ltd”, John P. Roberts e Joel Rosenman, mandaram publicar anúncio, no New York Times e no Wall Street Journal, que dizia: "Jovens com capital ilimitado buscam oportunidades de investimento legítimas e interessantes e propostas de negócios". Michael Lang e Artie Kornfeld responderam ao anúncio. A princípo pensaram na criação de um estúdio de gravação, depois decidiram promover um festival de música e artes ao ar livre. O objetivo era evidentemente comercial, apesar de apresentar riscos, dado o vultoso investimento, sobretudo para a contratação dos músicos que se apresentariam.

Os ingressos eram vendidos em lojas de disco ou via correio através de uma caixa postal, ao preço de US$18, ou US$ 24, se adquiridos nas bilheterias do evento. Foram vendidos antecipadamente 186 mil ingressos e os organizadores estimaram um público de aproximadamente 200 mil pessoas. Surpreendendo as melhores espectativas, compareceram cerca de 500 mil pessoas, provocando congestionamentos gigantescos, bloqueando a Via Expressa de Nova York e transformando a pequena cidade de Bethel em ‘área de calamidade pública”. As cercas foram derrubadas e o festival tornou-se um evento gratuíto para aqueles que não adquiriram os ingressos com antecedencia e os organizadores levaram cerca de 10 anos para reaver o investimento, graças aos direitos autorais de filmes e discos gravados no evento.

O Festival foi aberto por Richie Havens, às 17 horas do dia 15 de agosto, uma sexta-feira. Além dele, apresentaram-se no primeiro dia: Country Joe McDonald, John Sebastian, Sweetwater, The Incredible String Band, Bert Sommer, Tim Hardin, Ravi Shankar, Melanie, Arlo Guthrie e Joan Baez.


Richie Havens - Freedom




Richie Havens - Strawberry Fields Forever




John Sebastian - Younger Generation




Bert Sommer - "Jennifer"




Arlo Guthrie - Coming Into Los Angeles



Joan Baez - Joe Hill & Swing Low, Sweet Chariot



Joan Baez- We Shall Overcome




As atrações do sábado foram: Quill, Keef Hartley Band, Santana, Country Joe McDonald, Canned Heat, Mountain, Janis Joplin, Grateful Dead, Creedence Clearwater Revival, Sly & the Family Stone, The Who e Jefferson Airplane, cuja apresentação se iniciou às 6 horas da manhã do domingo.

Santana - Soul Sacrifice




Country Joe - Rock And Soul Music




Canned Heat



Janis Joplin




Janis Joplin - Work Me Lord



Grateful Dead




Creedence Clearwater Revival - Born on the Bayou




Sly And The Family Stone - I Want To Take You Higher




The Who - My Generation




The Who - We're Not Gonna Take It/See Me Feel Me




The Who - Summertime Blues




Jefferson Airplane - Uncle Sam Blues





A programação do domingo iniciou-se às 14 horas com Joe Cocker.

Joe Cocker - A Little Help From My Friends




Os eventos deste dia acabariam atrasando a agenda do festival em nove horas, e no nascer do sol do dia seguinte o concerto ainda continuava, apesar da maioria do público já ter ido embora.

Após Joe Cocker, e o temporal que interrompeu o festival, apresentaram-se: Country Joe and the Fish, Ten Years After, The Band, Blood, Sweat & Tears, Johnny Winter, Crosby, Stills, Nash & Young, Paul Butterfield Blues Band, Sha-Na-Na e Jimi Hendrix, cuja apresentação ocorreu na manhã de segunda-feira, quando restavam cerca de 40 mil pessoas.

Ten Years After - I am going home




Crosby, Stills & Nash - A Long Time Gone




Crosby, Stills & Nash - Suite: Judy blue eyes



Paul Butterfield Blues Band - Drifting Blues




Sha.Na.Na - At The Hop



Jimi Hendrix - Voodoo Child



Jimi Hendrix plays National Anthem




Jimi Hendrix - Purple Haze




Mais que um festival de música, ou “Uma Exposição Aquariana”, que é como foi inicialmente divulgado, o Festival de Woodstock teve consequencias ainda não completamente avaliadas no que tange à liberação dos costumes e à conscientização de milhões de jovens em todo o mundo para assuntos como a paz, o amor, o meio-ambiente, o sexo, as drogas, a quebra de paradígmas e de preconceitos. Ressalte-se que, naqueles três dias, cerca de meio milhão de jovens reunidos, milhares deles consumindo drogas e alcool, só se registraram duas mortes: uma atropelada por um trator enquanto dormia no campo, outra por overdose de droga.


Apesar disso, o espírito do nosso tempo é, lamentávelmente, aquele que se pode constatar no post acima deste.


10 comentários:

Adriana Godoy disse...

Fred, eu tinha o álbum duplo em vinil importado. Esse festival marcou várias gerações e até hoje muitos de seus artistas são cultuados. O que tenho a dizer que isso ocorreu em um tempo que ainda era possível acreditar...belas e intensas lembranças ouvir esses caras de novo. Parbéns, Fred. bj

myra disse...

que beleza, Fred, voce me levou à minha època melhor....de minha vida:)
obrigada...um grande imenso abraço!

Rounds disse...

grande fred, grande post.

woodstock foi um marco na história, sem dúvida. tive o prazer de ouvir o disco na casa de minha comadre há muitos anos atrás.

bela homenagem, man.

e feliz dia dos pais!

abração

Fred Matos disse...

Adriana,
Eu adoraria ter ido ao Woodstock, se tivesse sabido antes talvez tivesse arriscado carona até onde desse para ir, porque naquele tempo eu tinha disposição e atitude para essas coisas. Poucos meses depois daquele agosto de 1969 eu era um hippie morando em Arembepe e vivendo a utopia da paz e do amor, coisa que filosoficamente me influenciou definitivamente. Evidentemente que tenho os bolachões, Cd's, filmes, de Woodstock e que os músicos que até hoje ouço, além dos da MPB, são os daqueles anos loucos.
Agradeço-lhe a visita e comentário.

Fred Matos disse...

Para mim foi uma época maravilhosa também, Myra. Em que pese terem sido os anos mais duros da ditadura militar.
Obrigado, amiga.
Beijos

Fred Matos disse...

Obrigado, Tarcísio.
Ótimo domingo.
Abração

Ana Claudia Guedes disse...

O tão famoso Woodstock! Queria ter conhecido mais de perto Fred!

Bem legal seu post!
Obrigada pela visita e volte sempre!

Já te linkei para voltar mais vezes!

Um beijo!

Fred Matos disse...

Voltarei, sim, Ana.
Agradeço-lhe por linkar.
Venha sempre também.
Obrigado.
Beijos

Adair Carvalhais Júnior disse...

Eu era tão novinho para ir, Fred !

Seu post está à altura da importância do festival.


abração

Fred Matos disse...

Dois meses depois eu faria 17 anos. Ou seja, tinha a idade certa pra armar um barraco em casa, inconformado com qualquer argumento racional que me impedisse de ir, mas o fato é que só soube do acontecido após o acontecimento e fiquei sonhando com um festival igual que os boatos diziam que aconteceria na Lagoa do Abaeté ou, mais ao Norte, na aldeia de pescadores de Arembepe, onde vivi os meus dias de hippie.
Foram bons tempos, Adair e, como cantou Gilberto Gil:
"O sonho acabou
Quem não dormiu no sleeping-bag nem sequer sonhou.
(...)
O sonho acabou
Foi pesado o sono pra quem não sonhou."


Abração

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