Ilary Blasi - foto de divulgação
Clélia,
Recebi sua carta: lhe achei amarga.
Os anos, sei, sim, passam...
que, com eles, passem as mágoas
e, com a sabedoria que nos dão,
não devem mais passar em vão.
Eu, para mim, já não espero nada.
Desliguei o telefone às conversas fiadas.
Os filhos crescem e são
tão parecidos a como éramos:
donos do destino e da razão.
É bom que nem tudo funcione bem.
Eu não me adaptaria bem ao tédio
de uma rotina sem surpresas e zangas.
Aqui a chuva passou e as meninas do prédio
já podem desfilar de tangas.
Pois é, você percebe...
depois de velho o ridículo que sou:
voyeur, pelas frestas e janelas,
dos corpos seminus que vão à praia,
me chamam tio e não me dão trela.
Fred Matos
publicado em "Anomalias".
Editora Kelps
Setembro/2002
14 comentários:
Ainda vale a pena trocar cartas se for para receber uma assim =).
Abraços, boa semana!
Eu sou do tempo em que trocávamos cartas, Lara, mas faz muitos anos que não escrevo nem recebo nenhuma. Em compensação: haja e-mail. A vantagem do e-mail é o imediatismo, mas a carta é mais romântica e eu nunca recebi carta que fosse spam (risos).
Agradeço-lhe pela visita, leitura e comentário.
Ótima semana pra você também
Beijos
bela carta :)
Missivas... Que saudade!
lindo lindo Fred!
mas você sabe né? sou sua fan. simplesmente ADORO! ;*
Como gosto desta carta porque eu, meu amigo, tb sou do tempo em que se escreviam cartas, longas, longas cartas.
Um abraço.
Agradeço-lhe, Camila, pela visita, leitura e comentário.
Volte sempre.
Beijos
Dá saudades mesmo,Henrique.
Obrigado, amigo.
Abração
(rindo muito) eu não sou um ídolo pop, Duanny.
Obrigado, amiga.
Beijos
Sem querer ser saudosista: bons tempos aqueles, Helena.
Obrigado.
Beijos
Que coisa agradável de se ler!!
Nem me lembro a sensação de receber uma carta, agora tudo é tão informatizado..
Obrigada pela visita no meu blog!
Adoro poesia e estarei te acompanhando.
Sucesso Sempre!
Beijos
Agradeço-lhe, Leandra, pela visita, leitura, comentário e, sobretudo, por tornar-se acompanhante do blog.
Beijos
Bons tempos... Ou não. Talvez não esperar nada, seja enfim o auge da sabedoria e do amadurecimento. Ou não. Confesso estar numa fase em que já não ha certezas em mim.
Lindo isso, Fred.
Abraços.
"Confesso estar numa fase em que já não ha certezas em mim."
Eu também, Nydia. Não sei se é bom ou se é ruim, mas me sinto mais compreensivo, até mesmo com coisas que não deveria tolerar.
Agradeço-lhe por vir, ler e comentar.
Beijos
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