tudo o que quero é rimar
ilustração: Francesca Woodmanmarazul luzamar
não quero que se me entenda
tudo o que quero é rimar
se a rima não lhe agrada
não a fiz pra lhe agradar
ela é a troco de nada
este meu nada é profundo
não quero que se me entenda
quem pode entender o mundo?Fred Matos
pesquisar nas horas e horas e meias
16 comentários:
...e voce tem razao! toda a razao!!!
sempre tao bom e lindo, bjs
... gostei das rimas!
Bondade sua que agradeço comovido, Myra.
Beijos
Gosto de rimar, Henrique, principalmente com rimas pobres, e mesmo quando elas são o único motivo delas próprias (risos).
Abração
Caro poeta, bonitos e profundos versos. Só a poesia pode nos resgatar do nada... Um abraço.
Rimar é uma arte, acho que até é para poucos, mas hoje em dia confundem rimar com empobrecer, que poeta não é MC, tolices de academias que não têm serventia.
rá! e você conseguiu.
não só rimar, mas remar num mar denso de rimas estrelares!
adorável, querido poeta, adorável!
um abracinho apertado
olá fred!
obrigada pela visita e pelas palavras daqui e de lá,
beijos grandes
Ou nos levar ao nada paradoxalmente denso, Úrsula.
Agradeço-lhe pela visita, leitura e comentário.
Beijos
Cheio de música e graça, valeu rimar, Fred.
Beijo pra você.
Espero que você possa me perdoar, Herculano, por minha absoluta ignorância quanto a quem é o “MC” citado no seu comentário, mas, seja lá quem for, perdoe-me também por defender o direito que ele tem, como tem qualquer outra pessoa, de escrever o que lhe der na telha, ainda que eu não goste, ainda que com os meus botões eu não considere bom, sequer razoável.
Deve-se isso ao fato de que eu muitas vezes quebrei a minha cara por tomar o meu gosto pessoal, ou o gosto da minha geração, ou o gosto da minha tribo, como padrão de qualidade.
Lembro-me bem – eu era adolescente, então – quando aconteceram os festivais de música da TV Record e eu não gostei “de cara” das músicas dos tropicalistas, porque “o meu gosto” da época estava condicionado a não aceitar aquelas guitarras, aqueles sons “desarmônicos”. Saudei vivamente “Disparada” de Geraldo Vandré e “A Banda” de Chico, porque estavam melodicamente mais próximas das músicas que ouvíamos lá em casa: Dalva de Oliveira, Agostinho dos Santos, Maysa, Elizeth Cardoso etc... Não levou muito tempo para que eu me acostumasse com o novo som e logo me tornei fã de Caetano, Gil, Tom Zé...
A comparação pode lhe parecer absurda, mas asseguro-lhe que não é.
No seu ABC da Literatura, Ezra Pound diz que: “Literatura é a linguagem carregada de significado. Grande literatura é simplesmente a linguagem carregada de significado até o máximo grau possível”. Creio que é uma boa definição, e aceitando isso poderíamos erroneamente acreditar que nem literatura é um texto cujo significado eu não alcanço. Assim, eu poderia dizer que não é sequer literatura um soneto de Shakespeare, em inglês, já que não leio em inglês.
Obviamente estou radicalizando, porque radicalizando me parece mais fácil de explicar o meu ponto de vista: se eu não compreendo a linguagem (o idioma, o ritmo, qualquer outro signo na qual se expresse) não estarei em condições de julgar o seu significado, e, não estando em condições de julgar o seu significado, não estou também em condições de julgar se é ou não literatura e, em sendo, se é, ou não, boa literatura.
Ocorre-me também à lembrança Fernando Pessoa que. em “Palavras de Pórtico”, diz que (cito de memória e, portanto, não é exatamente assim que está escrito): para a interpretação dos símbolos (da poesia, no caso) são necessários ao interprete alguns atributos: simpatia, intuição, inteligência, compreensão e iluminação superior. Há muita coisa por aí com a qual não simpatizo, apesar de compreender a linguagem e entender o significado, mas, se não simpatizo, deixo de ter um dos atributos para analisar.
Agradeço-lhe a visita, leitura, comentário e a oportunidade desta reflexão.
Volte sempre.
Grande abraço
Obrigado, Iza, deixa-me contente que você goste.
Beijos
Estava com saudades, Camila: milhões de anos sem vir nas horas e horas e meias.
Obrigado.
Beijos
Sorrindo de orelha a outra pela sua visita, Adelaide.
Obrigado.
Beijos
Gosto de quem escreve poemas.
Acho que os poetas adoçam a vida quando ela é ruim com palavras, e o fazem também amargando a vida quando ela é feliz para não esquecermos que a vida é feita também de horas amargas!
Beijos
Isha,
Agradeço-lhe a visita, leitura, comentário e por passar a acompanhar o blog.
Ótimo fim de semana.
Beijos
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