naveguemos

ilustração: "Rain with Love" - Widjita Raya Muljadi

pessoas queridas,

sim, é mais uma página no calendário, mas, a mudança de um ano para outro transcende a convenção. transcende o fato de constituir-se, como a razão meramente factual indica, "um dia igual aos outros dias".

transcende porque é uma data que resulta da necessidade humana de determinar pontos de partida e de chegada e, conseqüentemente, enriquecida pelas nossas emoções, positivas e também as negativas.

portanto, contrariando o poema abaixo, que escrevi faz alguns anos e que venho repetindo, desde então, como mensagem de final de ano: é tempo sim de fazer balanços e de renovar esperanças.

desejo-vos que 2010 seja mais que um novo ano feliz, que seja o primeiro de dezenas de anos de realizações pessoais, mas, sobretudo, da realização coletiva de uma civilização que elimine as guerras, as violências, os preconceitos, as diferenças sociais, as injustiças.

isso me faz lembrar o lema da juventude de 1968: "sejamos razoáveis, peçamos o impossível".

naveguemos

não há que se fazer balanços
nem avaliar os prós e contras,
foi apenas mais um ano,
como foram outros tantos,
de dores, alegrias e esperanças.

naveguemos, pois, o dia a dia,
como se nenhum a este sucedesse,
conquistando a eternidade do instante
e a do instante que seguiu àquele

que passou sem que se percebesse.


Fred Matos