abriu-me as portas do mundo ardente
porque - coitado - muito velho e doente
precisa urgentemente de substituto
eu lhes digo francamente
que não foi o baixo salário
nem as más condições de trabalho
que me fizeram recusar o cargo
o que me incomodou foi o chocalho
que eu teria pendurado ao pescoço
e também que no horário do almoço
eu não teria tempo para a sesta
no céu me tomaram por bom moço
e deus me chamou para uma entrevista
só espero que ele não insista
que eu use roupas de vigário
eu tenho meus pontos de vista
não aceito regras anacrônicas
muito menos reger a filarmônica
e o coro de anjos desdentados.
Fred Matos
18 comentários:
Fred, genial, corrosivo como tem de ser!
Eu fico muito contente por você gostar, Bípede, e por comentar.
Obrigado.
Beijos
Entre.dentes "desafinar o coro dos contentes"... seja céu, seja inferno... :)
Céu ou inferno, tanto faz, Francisco, desde que eu tenha tempo para a sesta...
Grato por vir e comentar.
Grande abraço
Lindo painho...
Te Amo!
Beijos
Obrigado, filha.
Também te amo.
Beijão
Como sempre, muito bom, Fred. A qualidade de sua escrita é indiscutível. E nos figa a leitura do poema tão logo iniciemos a ler.
Abraços,
Oi Fred,
poema hilariante ! Criativos versos traçados na forma
(im)pecável de sempre... Um abraço.
Fred, apaixonante..do meu ponto de vista. beijo
"A qualidade de sua escrita é indiscutível."
Um elogio e tanto que agradeço comovido, Tania.
Beijos
Obrigado, Úrsula. Gosto de receber a sua visita e comentário.
Beijos
Eu fico é muito contente com o seu ponto de vista, Adriana.
Obrigado.
Beijos
Fred, um poema corrosivo, sim, mas cheio de humor.
Beijos
Graça,
Na minha opinião não há nada como o humor para curar a corrosão do cotidiano.
Agradeço-lhe pela visita e comentário.
Beijos
Fred!
Que delícia de poema!
Jamais imaginaria algo assim tão puro.
Demônios, Deus, anjos céus terra e inferno convivendo de mãos dadas.
Fantástico!
Beijos, poeta!
Mirze
Agradeço-lhe por vir e comentar, Mirze.
Pois é, deuses, demônios, anjos, são todos gente, como somos.
Beijos
Ei, lembra de mim?
A menina do "a vida não precisa fazer sentido".
Gostaria de dizer que SÓ AGORA li aquele seu pedido de desculpas(que não precisava ser feito), e eu que me desculpo por ter sido tão rude, se não me lembro, estava no pior dia do mês que uma mulher pode ter...
Ás vezes só palavras não bastam para a total compreensão mesmo, acho que fiquei aborrecida por alguns minutos, e logo esqueci, desculpe-me por isso também.
Espero que apareça por lá, eu sempre estarei por aqui à partir de agora. Minha escrita mudou, pelo que li nos arquivos, mas sempre tem alguma coisa para se aproveitar dos trapos que sobraram.
Inté
ps:Sua escrita é genial,deixo no ps para não te entediar, já que quase sempre lê isso no começo dos comentários.
Precisar, não precisava mesmo, Soneca. Na realidade precisamos efetivamente de poucas coisas: precisamos de ar nos pulmões, precisamos de água e de comida para nutrirmo-nos e, dependendo do clima, precisamos de agasalho para não morrer de frio. Todas as outras coisas são acessórias. Não creio porém que seja satisfatória uma vida na qual nos limitamos às coisas que precisamos, e pedir desculpas, mesmo quando sabemos que não fizemos mal algum e a mágoa é conseqüência de incompreensão, só pode fazer bem, cria a possibilidade de instauração da compreensão que não houve. De você, sim, eu me lembro, mas não me lembro do episódio a que você se refere, mas, mesmo sem recordar, tenho absoluta certeza que decorreu de alguma incompreensão, já que me conheço o suficiente para saber que não a magoaria. Às vezes, é verdade, sou franco e faço comentários que desagradam, mas sempre com o objetivo de contribuir. Como disse, não me recordo do caso.
Fico contente que você tenha vindo e espero que continue vindo sempre, se isso lhe dá prazer.
Não tenho tido muito tempo disponível para a internet e pode ser que isso perdure até o fim do ano, portanto, não se magoe no caso de que eu não possa visitar seu blog, porque até mesmo ao meu não tenho tido muito tempo para vir.
Quanto aos elogios aos meus textos, agradeço-lhe e garanto que recebo-os como se fossem ímpares, porque carinho e amizade nunca são demasiados.
Beijos
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