Foto: Fred Matos
além de onde nascem as fúrias
um bezerro desgarrado berra
o rei destronado canta
nada nunca fez sentido
é muito bom que assim seja
e que a chuva lave o asfalto
um dragão cultiva orquídeas
as crianças não são tímidas
as portas são de cortiça
os lençóis de nuvens claras
amanhã é um velho cego
as moças varreram a sala
doze guerreiros se ajoelham
os pássaros perseguem ratos
há um cheiro de erva cidreira
madrepérolas pingam dos dedos
nada nunca fez sentido
é mesmo bom que nunca faça
a princesa dança um tango
o poeta rói palavras
para ao cabo desta trança
tirar o violão do saco
separar um ramo verde
e sorrindo bater asas.
Fred Matos
30 comentários:
Como gosto de te ler, amigo!
Mais um excelente poema, caro Fred. Acho que sim - é lá onde nada faz sentido que o Poeta alça seu voo, é de onde surge então o poema...
Abraços
Sabes Fred, achei o teu poema muito bom..., como aliás tudo quanto escreves!
E tens razão, nunca nada faz sentido!
Também sinto a tua falta no meu canto.
Beijo.
Olá poeta,
belo como de costume. Um abraço.
Meu querido Poeta
Tinha saudades de passar aqui.
Um belo poema, adorei.
Beijinhos
Sonhadora
Pode parecer sem sentido, mas há uma lógica linda e poética em cada verso. Gostei,Fred. beijo
Lindo, Fred!
Fez muito sentido para mim. "Lençóis de nuvens claras....amanhã é um velho cego".
Belíssimo!
Beijos
Mirze
E eu da tua leitura, Helena, bem como de ler-te também.
Grato.
Beijos
Mais uma vez só me resta agradecer a sua leitura e generoso comentário, Tânia.
Beijos
Não é só a você que devo visitas, Outros Encantos, lamentavelmente meu tempo disponível para acessar a internet tem sido insuficiente até mesmo para responder a contento os comentários às poucas coisas que tenho publicado, coisas velhas, porque também não tenho tido tempo para escrever.
Agradeço-lhe por vir e comentar.
Beijos
Grato, Úrsula.
Beijos
Pois venha mais vezes, Sonhadora. Bem verdade que tenho atualizado pouco a página e, em regra, com coisas velhas.
Grato.
Beijos
Eu sempre busco, mesmo quando não há, alguma lógica no que não tem sentido, Adriana.
Que sentido, a propósito, tem a nossa presença humana neste grão de poeira cósmico que habitamos? Que propósito nos nossos imensos egos? Que propósito nas nossas angústias, preconceitos, obsessões, sentimentos...?
Grato pelo comentário.
Beijos
Para mim também, Mirze. Principalmente o rei destronado que canta.
Obrigado por comentar.
Beijos
Lindo poema.
bjs
Insana
Obrigado, Insana.
Beijos
agora sim, meu Deus que BELEZA de palavras e a foto é uma maravilha!!!!!enormes beijos , saudades, e nao sei se voce viu
o que Cassio colocou como homagem ao meu irmao no blog:
www.gigi-e-myra.blogspot.com
Eita que eu queria compor uma canção para cantar esse poema!
Fred, seus versos são tão afiados que sempre me arranham fundo.
Bj
Rossana
Agradeço-lhe, Myra.
Beijos
Agradeço-lhe a generosidade do comentário, Rossana.
Beijos
Quando nada parece fazer sentido existe o poeta para nos devolver a lógica das palavras....
Um beijo.
E quando não encontramos lógica nas palavras há a amizade que nos ensina que não há que haver lógica em todas as coisas.
Grato pelo comentário e amizade, Graça.
Beijos
Fred, meu amigo, meu comentário foi um carinho. Também eu não tenho te visitado tão assiduamente como de costume, porque, você sabe, o relógio gira cada vez mais rápido e a gente por vezes perde o ritmo.
Só queria dizer que estava com saudade de você.
Só isso, nada mais.
Beijos.
Maria!
"Fred, meu amigo, meu comentário foi um carinho."
Eu sei que foi, Maria, apenas achei que devia justificar a minha ausência, tanto da sua página quanto das dos outros amigos.
Beijos
Excelente, Fred!
Abraço.
Agradeço-lhe por vir e comentar, Gerana.
Beijos
Oi
Este cantinho é lindo
Suas fotos é uma viagem,amei.
Show
Bjs da Rosinhazul
Agradeço-lhe por vir e comentar, Rosinha. Espero que venha sempre, já que gostou.
Beijos
Que beleza de poema, Fred! Onde não há sentido a poesia tem asas.
beijos
Obrigado, Andrea.
É sempre bom receber o seu comentário.
Beijos
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