Foto: Felipe Flores
1.
de ausências fio esta teia,
onde enredado me acho.
a meada trouxe do berço,
primeiro porto dos medos
onde antevi meu fracasso:
a mãe negou-me os seios
o pai negou-me os braços,
neguei-me aos meus anseios
e lancei-me, embaraçado,
nas sendas que permeiam
as ilusões, que me atam
numa racionalidade vácua,
que me nega fé aos fados,
aos deuses, ao abstrato.
os deuses negam-me esteio;
eu lhes nego meus atos.
Fred Matos
publicado em "Eu, Meu Outro"
Editora Poesia Diária
Maio/1999
2.
de ausências fiei a teia
onde estou embaraçado
semeando fantasias
nos laços desajustados
que atam meus desalentos
na rotina dos meus dias.
fiei e tenho fiado
[tecelão de analogias]
em teu nome meus pecados
no meu da espécie o fado
de um noturno itinerário
que só se presta à poesia.
Fred Matos
publicado em "Anomalias".
Editora Kelps
Setembro/2002
de ausências fio esta teia,
onde enredado me acho.
a meada trouxe do berço,
primeiro porto dos medos
onde antevi meu fracasso:
a mãe negou-me os seios
o pai negou-me os braços,
neguei-me aos meus anseios
e lancei-me, embaraçado,
nas sendas que permeiam
as ilusões, que me atam
numa racionalidade vácua,
que me nega fé aos fados,
aos deuses, ao abstrato.
os deuses negam-me esteio;
eu lhes nego meus atos.
Fred Matos
publicado em "Eu, Meu Outro"
Editora Poesia Diária
Maio/1999
Foto: André
2.
de ausências fiei a teia
onde estou embaraçado
semeando fantasias
nos laços desajustados
que atam meus desalentos
na rotina dos meus dias.
fiei e tenho fiado
[tecelão de analogias]
em teu nome meus pecados
no meu da espécie o fado
de um noturno itinerário
que só se presta à poesia.
Fred Matos
publicado em "Anomalias".
Editora Kelps
Setembro/2002
10 comentários:
gostei da musicalidade seca da tua poesia
Obrigado, Ediney.
Volte sempre.
Grande abraço
Regresso tanto aos poemas do teu livro que tenho. Regresso sempre aos que aqui encontro.
Lentamente volto a escrever, não teria, portanto, como atualizar o blog apenas com poemas novos. Sendo assim, vou mesclando os dos livros publicados, os inéditos mais antigos, escritos desde 2002 e outros poucos recentes.
Obrigado, Helena, pela assiduidade da leitura e comentários.
Beijos.
Fred.
Ausências descritas por vc , senão doces, são musicais, te agradeço o traduzir-me neste momento, então ,descaradamente torno o nº 1 o hino do momento rsrsrsr
Odeio essas palavras de verificação pra se postar comentes, mas hoje gostei..elas definiram seus poemas.
elas dizem COLO ...
bijo, amigo
Se dizem colo, colo encontrarás.
Vês?
As coisas calham, às vezes, de ser como devem ser.
Bom que você tenha vindo aqui, apesar do momento.
Obrigado pela amizade.
Beijão, Malmal.
Dos dois o primeiro é melhor.
Concordo com você, Maurício.
Houve um tempo que me lamentei por publicar o segundo no Anomalias, achava que era como certos filmes que dão certo e cuja continuação é ruim e contamina o primeiro. Hoje já não perco meu tempo lamentando as coisas que faço ou deixo de fazer.
Obrigado pela visita, leitura e comentário.
Grande abraço.
Muito belo o poema das ausências, Fred...
de tanto negar-se, eis que nos enredamos.
beijos!
Fico contente por você gostar, Bia.
Obrigado, também por comentar.
Beijos
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