sexta-feira, novembro 21

dionisíaca


Ilustração : William Adolphe Bouguereau
Nymphs and Satyr (1873)


para Carla Souto


a borboleta voa
rota que jamais percorri
meus olhos incrustados nas asas
vêem geografias inusitadas:
um corpo tornado palco
dentes em spotlights
os braços densas cortinas
sobre as pernas platéia de sátiros

pluma pousa baila sorri
sabe que o mundo é teatro
que a tragédia é o balido de um bode
e que quando fecho meus braços
a dicotomia não cessa
segue latente nas almas
dos que beberam o sangue
do herói irredimível.

nada que lhes disse é fato
mas tudo na peça é possível.


Fred Matos


8 comentários:

Maurício disse...

Este é um Poema com “P” maiúsculo. Dos seus é o meu preferido entre os que já li.

Anônimo disse...

Bravo! [III atos de aplausos]

ps: obrigada pela visita, muito bom também é o seu blog.

Fred Matos disse...

Obrigado, Mauricio.
Há outros dos quais gosto mais, mas é difícil discutir preferências, sobretudo quando se trata de escolher entre os meus poemas.
Abraços.

Fred Matos disse...

Obrigado, Camila.
Gostei muito do seu blog.
Espero que você venha aqui mais vezes.
Beijos

Adrianna Coelho disse...


gostei muito desse poema!

pergunta, vc tbm está no multiply?
estando ou não, agora já sei o caminho que me traz aqui...

Fred Matos disse...

Sim, tenho página no Multipli (http://fredmatos.multiply.com/ ), Pavitra, mas praticamente abandonada pra falar a verdade.
Agradeço pela visita, leitura e comentário.
Volte sempre.
Beijos

Adrianna Coelho disse...


tbm abandonei a minha página lá... rs

e eu voltarei, sim!
beijos

ArtSparker disse...

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