para Caetano Veloso
Foto: Sylvain Burgert
é de vidro o cadáver que aqui jaz
reflete o sol como se fosse de aço
se tocado cada um dos seus pedaços
emanará a luz de mil cristais
não o toque sequer para um carinho
deixe que permaneça neste estado
entre a vida e a morte, mas ocupado
com a decifração dos seus caminhos
levantar-se-á quando ouvir a canção
rompendo o silêncio da madrugada
exibindo nas mãos escancaradas
os sete instrumentos da ascensão
tal como surgiu terá enfim partido
e o cadáver não será nem terá sido
Fred Matos
27/01/2009
6 comentários:
Adorei as imagens desse poema. Belo demais!
a voracidade
do tempo
e os regressos
______
bj
Obrigado, Aline.
Beijos
É isso, maré.
Obrigado.
Beijo
Quais são os sete instrumentos da ascensão? É um soneto bem estruturado com rimas e ritmo redondo, mas me deixou a impressão de uma bela embalagem sem conteúdo. Talvez eu não tenha entendido, mas foi o que senti.
Abç
Maurício,
Aceito a sua crítica com a mesma satisfação que recebi o elogio em um outro poema.
Abraços
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