segunda-feira, janeiro 5

água fina


não sei quem é o autor da foto


soaram no meu sonho
tamancos sobre paralelepípedos
e o alarido do cais
quando atracava o navio da Bahiana

sorrisos de quem vinha
lágrimas de quem partia
a algazarra das crianças
cheiro de maresia

na sombra da amendoeira
ê, menina, que doideira...
um picolé de manga
o travo de tamarindos
e, na Fonte da Bica,
“Êh! água fina
Faz velha virá menina”.


Fred Matos



não sei quem é o autor da foto

2 comentários:

Josely Bittencourt disse...

Oxi, se num faz!


q lindo os azulejos, ouvi certa vez, nas aulas de lingüística, q a palavra 'azulejo' teve origem nesses tipos de ladrilhos, pois a princípio eram ornamentados nessas cores, mas depois passaram a ser com outras cores e formatos. e hoje quase ñ mais usamos esse termo. mas a arte com cerâmicas em geral é mesmo linda.

Fred, gostei muito do poema e das fotos, beijos!

Fred Matos disse...

Jo,
Alguns dos prédios mais bonitos que conheço têm fachadas azulejadas. Como gosto do assunto, fiz uma pesquisa na Internet e encontrei, entre outros textos, este:

Portugal é o país dos azulejos, onde atingiram o padrão de obras primas. Tais ladrilhos cerâmicos, vidrados dum só lado e utilizados para revestir paredes formando painéis decorativos, é coisa conhecida pelo homem há, pelo menos, cinco mil anos. A primeira vez que eles apareceram em Portugal foi em meados do século XV, uma técnica importada dos centros mouros de Sevilha, Valência e Marrocos. Mas foi precisamente quando Portugal caiu sob a hegemonia da Espanha, em fins do séc. XVI, que os azulejos portugueses adquiriram um caráter realmente nacional. Grandes e pequenos painéis, narrando cenas sacras, militares e cortesãs, passaram então a ornar as paredes de palácios, conventos e mansões. Esplêndidos exemplares foram também enviados aos Açores, à Madeira e ao Brasil, onde ainda hoje podem ser apreciados, especialmente na Bahia, no Rio de Janeiro, no Maranhão e em Pernambuco.
Após o terremoto de 1755, que destruiu quase completamente Lisboa, a cidade foi reconstruída pelo Marquês de Pombal, tendo sido o azulejo extensiva e intensivamente usado pelas suas qualidades funcionais e higiênicas. Os melhores exemplares deste período foram realizados pela Real Fábrica do Rato, fundada em 1767.
No início do séc. XIX o exército de Napoleão ameaçou Lisboa e a corte real mudou-se para o Brasil. Durante 14 anos o desenvolvimento da indústria da azulejaria portuguesa dependeu das requisições brasileiras. Quando a corte voltou à Europa em 1821, muitos dos portugueses retornados decidiram revestir as paredes externas das suas casas com azulejos decorativos, imitando o que tinham visto fazer no Brasil. Azulejar as fachadas das residências tornou-se um símbolo de riqueza, e com isso a indústria dos azulejos de novo floresceu.
Na década de 1930 a municipalidade de Lisboa resolveu proibir tal uso pretextando que "ele já não se adaptava às novas estruturas do concreto armado".
Na época do Congresso Internacional de Arquitetura no Rio de Janeiro, na década de 1950, o arquiteto português Francisco Keil do Amaral tomou conhecimento de que os brasileiros lançavam mão de azulejos nos seus prédios modernos, como no caso dos desenhados por Portinari para a Igreja da Pampulha, em Belo Horizonte, e dos usados em vários projetos de Oscar Niemeyer. Como a proibição municipal já não tivesse validade praticamente, Keil do Amaral fez azulejar as paredes de algumas estações do metrô de Lisboa. A partir de então o azulejo apareceu na cidade pelas mãos de artistas famosos como Maria Keil, Querubim Lapa, Jorge Brandão, Lima de Freitas e outros.
O Convento Quinhentista da Madre de Deus, em Lisboa, sede do Museu Nacional do Azulejo, abriga uma coleção única no mundo, de aproximadamente dois milhões de azulejos, inclusive raros espécimes mouros do séc. XV. Exposições itinerantes destas coleções já correram diversos países como o Brasil, a Venezuela, a Itália, a Polônia, a França e a Espanha. Felizmente, alguns dos melhores exemplares da azulejaria portuguesa ainda estão colocados nos seus lugares originais (conventos, igrejas, palácios, jardins e frontarias de casas) onde transmitem a sua mensagem de história, beleza, brilho e cor. Para onde quer que se olhe, Portugal é um grande museu vivo de azulejo.


Retirado do site:
http://www.saber.cultural.nom.br/template/especiais/CapelaDasAlmas1.html

Obrigado pela leitura e comentário.
Beijos

pesquisar nas horas e horas e meias