terça-feira, janeiro 27

a música das horas e horas e meias


Bob Dylan

Masters of War





Composição: Bob Dylan

Come you masters of war
You that build the big guns
You that build the death planes
You that build all the bombs
You that hide behind walls
You that hide behind desks
I just want you to know
I can see through your masks

You that never done nothin'
But build to destroy
You play with my world
Like it's your little toy
You put a gun in my hand
And you hide from my eyes
And you turn and run farther
When the fast bullets fly

Like Judas of old
You lie and deceive
A world war can be won
You want me to believe
But I see through your eyes
And I see through your brain
Like I see through the water
That runs down my drain

You fasten the triggers
For the others to fire
Then you set back and watch
When the death count gets higher
You hide in your mansion
As young people's blood
Flows out of their bodies
And is buried in the mud

You've thrown the worst fear
That can ever be hurled
Fear to bring children
Into the world
For threatening my baby
Unborn and unnamed
You ain't worth the blood
That runs in your veins

How much do I know
To talk out of turn
You might say that I'm young
You might say I'm unlearned
But there's one thing I know
Though I'm younger than you
Even Jesus would never
Forgive what you do

Let me ask you one question
Is your money that good
Will it buy you forgiveness
Do you think that it could
I think you will find
When your death takes its toll
All the money you made
Will never buy back your soul

And I hope that you die
And your death'll come soon
I will follow your casket
In the pale afternoon
And I'll watch while you're lowered
Down to your deathbed
And I'll stand o'er your grave
'Til I'm sure that you're dead


6 comentários:

Anônimo disse...

Bob Dylan eu já o escolhi
como maior gênio vivo
já li todos deus poemas
e ouvi seu canto nasal
acompanhado da gaita, violão e guitarra com Janis Joplin ao seu lado

abraço

Rounds disse...

o gênio do século passado é um dos meus.

o clip é bem bacana.

abs

Fred Matos disse...

Iosif e Tarcísio,

Concordando com vocês, colo abaixo uma rara entrevista de Bob Dylan:

Entrevista de Bob Dylan no programa "60 Minutes" por Ed Bradley* em 2004

Ed Bradley - Com 43 anos de carreira, não há nenhum músico vivo que tenha sido mais influente e o característico som nasal e a sua lírica poética produziram algumas das mais memoráveis canções que alguma vez foram escritas. No decorrer dos anos 60 as suas canções de protesto e de revolta falaram de uma geração inteira. Se, por um lado, a sua vida foi objeto de variadas interpretações, por outro ele foi sempre muito lacônico e silencioso. Agora que completou 63 anos, escreveu um livro chamado Chronicles - Volume I, e tive finalmente a possibilidade de estar sentado à sua frente para a primeira entrevista televisiva em quase 20 anos. Aquele que verão é o puro Bob Dylan, misterioso, vago, fascinante tal como a sua música.


Ed Bradley - Li algures que escreveu a canção «Blowing in the Window» em apenas 10 minutos. É verdade?
Bob Dylan - Provavelmente.
Ed Bradley- Assim mesmo?
Bob Dylan - Sim
Ed Bradley - E veio de onde?
Bob Dylan - Veio de uma mágica fonte perpétua de criatividade…
Ed Bradley - Já olhou para a música que escreveu, em retrospectiva, dizendo: «Oh! Como foi possível»?
Bob Dylan - Costumava fazê-lo, mas já não o faço mais. Não sei como fiz para escrever aquelas primeiras canções…
Ed Bradley - O que quer dizer com «não sei como fiz»?
Bob Dylan - Todas aquelas canções eram escritas quase como por magia «Darkness at the break of noon, Shadows even the silver spoon, The hand-made blade the child’s baloon», bem, para escrever uma coisa daquelas acontece algo de mágico e não é o tipo de magia ao modo de Siegfried e Roy, é um tipo de magia diferente, de magia penetrante, uma coisa do destino, e estas coisas fazem-se uma vez.
Ed Bradley - E não acredita que volte a fazê-lo, hoje?
Bob Dylan - Não.
Ed Bradley - E isso desaponta-o?
Bob Dylan - Não podemos fazer a mesma coisa sempre, podemos fazê-lo só uma vez, eu fiz, e agora posso fazer outras coisas, mas não aquelas.
Ed Bradley - Teve uma infância feliz, uma vida feliz, enquanto crescia?
Bob Dylan - Na realidade, não considerava se estava feliz ou infeliz, soube sempre que havia qualquer coisa que estava noutro lugar e que eu teria que ir ao seu encontro e sabia que não a encontraria no lugar onde vivia, naquele momento específico.
Ed Bradley - Não era no Minnesotta…
Bob Dylan - Não.
Ed Bradley - Refere-se a New York como sendo a capital do mundo, mas quando comunicou ao seu pai a sua decisão, ele pensou que estava a brincar. Os seus pais aprovaram a sua decisão de ser um cantor e um autor, e partir para New York?
Bob Dylan - Não, o meu pai e a minha mãe não queriam esta vida para mim, mas os meus pais não tinham ido a lado nenhum, o meu pai talvez pensasse que a capital do mundo era onde ele estava naquele momento, não poderia ser noutro lugar, era com a sua mulher na sua casa e aquela, para ele, era a capital do mundo.
Ed Bradley - O que é que o fez diferente? O que é que o levou para outro lugar?
Bob Dylan - Bem, eu escutava muito a rádio, ia a lojas de discos, tocava guitarra, tocava piano e deparei-me com canções que vinham de um mundo que não existia à minha volta.
Ed Bradley - Usa a palavra «destino» continuamente no seu livro. O que significa esta palavra para si?
Bob Dylan - É aquela sensação que temos de conhecer qualquer coisa de nós que ninguém mais conhece e saber que se realizará, é qualquer coisa que tem que se manter no interior porque é frágil e se a tornamos exterior qualquer um pode matá-la e então é melhor guardá-la no íntimo.
Ed Bradley - Não pensa em si como Robert Zimmerman?
Bob Dylan - Por qualquer motivo, isso nunca aconteceu…
Ed Bradley - Mesmo antes de se tornar um artista?
Bob Dylan - Não, nem mesmo nessa altura. Algumas pessoas nascem com nomes errados, de pais errados…isso acontece…
Ed Bradley - Diga-me agora como decidiu tornar-se Bob Dylan?
Bob Dylan - Escolhemos o nome que quisermos, esta é a terra da liberdade…

(A propósito de ter sido considerado com apenas 25 anos, profeta, messias, a voz de uma geração e ter afirmado sempre que não era mais do que um simples músico.)
Ed Bradley - Sente-se um impostor quando deixa que o julguem uma coisa que de fato não é? O que imaginavam as pessoas que era e qual era a realidade?
Bob Dylan - A imagem que tinham de mim não era a de que eu era um autor de canções e um cantor, mas uma ameaça para a sociedade, num certo sentido.
Ed Bradley - E qual era a realidade mais dura de enfrentar?
Bob Dylan - Era como se estivesse num conto de Allan Poe donde não sabia como sair, sabendo quem era durante todo o tempo, era o profeta, o messias. Nunca pensei ser um profeta, um Salvador… Elvis, talvez, podiam mais facilmente ver isso nele… mas profeta, não!
Ed Bradley - Percebo e aceito que não se visse a si próprio como a voz daquela geração, mas algumas das suas canções tocaram as pessoas e elas viram-nas como hinos, como canções de protesto, eram importantes para elas, eram parte do Movimento. Ainda que não as visse assim, era desse modo que elas eram vistas. Como concilia as duas coisas: o que os outros viam nas suas canções e o que você via?
Bob Dylan - O que eu escrevia eram canções, não eram sermões, se analisar atentamente as canções, não creio que veja que sou verdadeiramente o porta-voz seja do que for...
Ed Bradley - Mas eles viam-no assim…
Bob Dylan - Sim, mas não devem ter escutado as canções…
Ed Bradley - É irônico que a maneira como se viu fosse oposta à deles…
Bob Dylan - Não é irônico?
Ed Bradley - Quando esteve em Israel escreveu: «Os jornais transformaram-me num sionista e isso ajudou-me muito.» De que modo?
Bob Dylan - Veja: se a percepção comum que tinham de mim em público era a de que eu era um bêbado, ou um louco, ou um sionista, ou um budista ou um católico, ou um mórmon, tudo era melhor que “ arcebispo da anarquia”…
Ed Bradley - …”o porta-voz de uma geração”…Deixe-me falar um pouco da sua relação com a comunicação social. Escreveu que mentia à imprensa: porquê?
Bob Dylan - Dei-me conta de que a imprensa não é o juiz, Deus é o juiz, os únicos a quem não devo mentir é a mim próprio e a Deus, a imprensa não é uma nem outra coisa e considero-a irrelevante.
Ed Bradley - As pessoas iam a sua casa?
Bob Dylan - Sim.
Ed Bradley - Fazer o quê?
Bob Dylan - Para discutir comigo política, filosofia, agricultura orgânica, e coisas do gênero…
Ed Bradley - E o que é que sabe de agricultura orgânica?
Bob Dylan - Nada.
Ed Bradley - O que pretende dizer quando escreve que «a coisa divertida da celebridade é que ninguém acredita que sejas tu»?
Bob Dylan - As pessoas dizem: «És aquele que eu penso que tu és?» e eu respondo: «Não sou!» e as pessoas dizem: «Sei que és!» e eu respondo: «Ok!» e eles dizem: «Sim?» e dizem a seguir «Não é verdade! Não, tu não és ele! …» e assim podemos ir até ao infinito...
Ed Bradley - Freqüenta os restaurantes agora?
Bob Dylan - Não me agrada comer em restaurantes...
Ed Bradley - Porque as pessoas vêm perguntar: és tu?
Bob Dylan - Sim, isso acontece sempre.
Ed Bradley - E não está habituado?
Bob Dylan - Não.
Ed Bradley - Escreveu: «Quando casei com a minha mulher eu não sabia o que me esperava, nem ela. Naquela altura, ela estava comigo na boa e na má sorte, mas aquela não era a vida que ela tinha imaginado para ela, nem era a vida que eu tinha imaginado para mim.

Em meados dos anos 80 Bob Dylan sentiu que estava exaurido, e escreveu: «sou um trovador dos anos 60, um vestígio do folk-rock um criador de palavras dos tempos antigos, estou no inferno do obvio cultural... »


Ed Bradley - São palavras severas!
Bob Dylan - Bem, são palavras que encontrei escritas e que falavam de mim!
Ed Bradley -E começou a acreditar?
Bob Dylan - Bem, não encontrava nenhum prazer nos espetáculos, pensei que era o tempo de deixar tudo, pensei-o durante um tempo, pensei que já chegava...
Ed Bradley - E no entanto continuou a criar e a fazer 100 espetáculos por ano…Como certamente saberá, a Revista Rolling Stone considera «Like a Rolling Stone» a melhor canção de sempre e, na lista das 500 melhores, 12 são suas… deve ser bom deixar uma tal herança?
Bob Dylan - Bem, esta semana é assim, mas, nas listas, os nomes vão mudando muito e eu não presto atenção a isso! Agora é assim, mas quem sabe quanto tempo durará?
Ed Bradley - Mas é um fato!
Bob Dylan - Esta semana é, mas quem pode dizer durante quanto tempo?
Ed Bradley - Sim, mas para si durou bastante tempo... e porque continua a cantar, quer dizer, continua em digressão, a cantar essas canções?
Bob Dylan - Sim, continuo, mas não o tenho por certo…
Ed Bradley - Mas porque o continua a fazer?
Bob Dylan - Bem, tornamos ao tema do destino: fiz uma espécie de pacto de ferro com ele há muito tempo e estou retardando o fim.
Ed Bradley - E qual era esse pacto?
Bob Dylan - Chegar onde estou agora!
Ed Bradley -Posso saber com quem fez o pacto?
Bob Dylan - Com o comandante, com o comandante chefe!
Ed Bradley -Neste mundo?
Bob Dylan - Neste mundo e num mundo que não podemos ver.



*Edward Rudolph Bradley, Jr., conhecido por Ed Bradley (n. Filadélfia, 22 de Junho de 1941, † Nova Iorque, 9 de Novembro de 2006) foi um jornalista que fez a sua carreira ao serviço da CBS, tendo ficado célebres as suas reportagens para o programa 60 minutes. Ficou ferido quando cobria a guerra do Vietname. Tornou-se o primeiro correspondente negro da Casa Branca (1976-1978).
Venceu 19 prémios Emmy, entre outros galardões. Ed Bradley foi durante 25 anos um dos jornalistas do "60 minutes" e um dos mais conhecidos jornalistas negros da televisão. Era também apreciador de jazz, adoptando Nova Orleães como o seu local de eleição.

Foi o único jornalista da televisão a entrevistar Timothy McVeigh, condenado à morte e executado pelo atentado à bomba contra o edifício federal de Oklahoma City que fez 168 mortos e centenas de feridos em 1995.

Entre os seus trabalhos e mais distinguidos estão os que realizou sobre abusos sexuais no seio da Igreja Católica nos EUA, sobre doentes de cancro cerebral, sobre o tiroteio ocorrido num liceu em Columbine (Colorado), em Abril de 2001, e sobre as consequências do Furacão Katrina em Nova Orleães, em 2005.

Considerado um dos mais brilhantes jornalistas afro-americanos da televisão norte-americana, entrou na CBS na qualidade de colaborador da delegação de Paris em 1971. Um ano depois foi enviado para a delegação de Saigão e ali permaneceu até 1974, ano em que regressou a Washington depois de ter ficado ferido no Camboja.

Faleceu devido a uma leucemia.

Obtido em http://pt.wikipedia.org/wiki/Ed_Bradley

Mari Amorim disse...

Um momento feliz em minha vida,
assistir ao show de Bob Dylan, em SP,o som de sua gaita é indescritível.Adoro, passear por aqui.
Aplausos!!!
Mari

Anônimo disse...

potente a letra, potente a música




Abraços d´ASSIMETRIA

DO PERFEITO

Fred Matos disse...

Obrigado, Mari.
Beijo
Obrigado, Miguel.
Abraços

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