terça-feira, março 10

noites




ilustração: Van Gogh - Starry Night - 1889


a saudade
inscrita no musgo da pedra marinha
onde um dia deixei meus olhos
vem em sonhos
e me desperta no meio da noite
insistindo por uma lágrima

nego-a

como de resto tenho negado
qualquer sinal de emoção
qualquer ato que possa me comover
além do suportável limite da razão

bebo água
fumo um cigarro
torno à cama.




Fred Matos

8 comentários:

Anônimo disse...

Fred,
esplendido poema
másculo e sereno
palavras certas
nenhum excesso
nenhum desespero

água, cigarro e cama
homem a desprezar fantasmas

abraço

singamaraja disse...

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Fred Matos disse...

Obrigado, Iosif.
Grande abraço.

Fred Matos disse...

Obrigado, Singamaraja.
Kiss

ma grande folle de soeur disse...

adorei o poema... mas como você bem sabe meu neg(ócio) é o haiku ;)... logo adorei mais ainda seus 3 últimos versos!! abraço

Fred Matos disse...

Eu sei, ma grande folle de soeur, e agradeço-lhe.
Beijos

Adriana Godoy disse...

Mais um poema no mesmo tempo e a mesma imagem. Antes foi Bob Dylan, agora Van Gogh. É muito interessante. Belo poema.

Fred Matos disse...

Adriana,
Na primeira vez foi coincidência, agora não tanto:
Eu havia publicado este poema no dia 29/09
http://eumeuoutro.blogspot.com/2008/09/noites.html
usando esta mesma tela de Van Gogh.
Vendo-a na sua página, me deu vontade de republicar o poema, pois é um dos meus preferidos, e passou praticamente despercebido na publicação original.
Agradeço-lhe a leitura e comentário.
Beijos

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