terça-feira, maio 5

milhos do meu mingau


Foto: Dila Luna Matos 


eu nunca soube ser normal
nem se esta coisa existe
“não sou alegre nem sou triste”
sou fenomenal

fenômeno, é bom que se diga,
é uma coisa natural
“não sou alegre nem sou triste”
insisto na rima antiga e usual.

antiguidade, é bom que se fale
não é posto nem patente
“não sou alegre nem triste”
sou gente

e vou assim debulhando
os milhos do meu mingau
“não sou alegre nem triste”
sou marginal

e à margem das novidades
sigo meu caminho sem rumo
“não sou alegre nem triste”
mas me aprumo


Fred Matos



4 comentários:

Tania Anjos disse...

Fenomenal
insistindo na rima antiga
e usual

gente que
debulha o milho do
p´roprio mingau

se aprumando
sem rumo
só poderia mesmo

ser POETA marginal!

***

Bacana!
Gostei de sua poética!

Abraços,
Taninha

Fred Matos disse...

Agradeço-lhe, Taninha, pela visita, leitura, comentário e, também, por tornar-se acompanhante do blog.
Abraços

Lou Vilela disse...

Fred,

Gostei muito da forma que você mexeu o "mingau". rs

Abraços,
Lou

Fred Matos disse...

Obrigado, Lou.
Culinária também é poesia.
Beijos

pesquisar nas horas e horas e meias