ilustração: Anke Merzbach
quem quer ter razão já a tem perdida
pois nada há absolutamente nítido
sequer estes versos que nascem sisudos
e que ao cabo hão de se tornar risonhos
não por uma determinação pré-concebida
mas porque é este o curso da vida
quando não ocorre de ser ao contrário
e mesmo se nem isto nem aquilo se confirme
para manter íntegro o meu discurso
eu o nego,
rasgo,
queimo
e fecho a cara.
Fred Matos
23 comentários:
O contrário do que se espera. O que é a razão? Talvez seja memso um disparate. Fred, muito gostoso o seu poema. beijo.
Pois é... certezas são relativas e temporais.
Boa construção, Fred!
Abraços,
Lou
as pessoas que tem razão são umas chatas, fred! gostei do seu poema todo, mas esses últimos versos são de deglutir.
beijo :)
Que construção inteligente e sensível.Belo poema.
Até mais Fred
Com admiração,
Cris
o não discurso vocifera em seu poema.
mas o silêncio, sussurra...
Adriana,
A razão pode ser, às vezes, e é sem razões e convicções que digo, mas não confirmo, porque fazê-lo é perdê-la, e não fazendo dou-a por perdida, é a arrogância elevada ao absurdo. Por isso tenho tendência e preferência pela incerteza, pelo ceticismo, pela fantasia, mas sem querer ter razão sequer nisto.
Agradeço-lhe pela visita, leitura e comentário.
Ótimo fim de semana.
Beijos
Eu creio que é isso mesmo, Lou, mas não tenho certeza de nada. (risos).
Obrigado.
Ótimo fim de semana.
Beijos
Penso igualzinho a você, Nina. Conquanto tenha consciência de que há um imenso de pessoas que achem que o chato sou eu. Do que resulta que talvez também aqui se aplique a relatividade, que, a propósito, não sei se é a mesma relatividade da teoria de Einstein. E, façamos justiça: parece que quem introduziu o princípio da relatividade na ciência foi Galileu Galilei ao sugerir que o movimento, ou pelo menos o movimento retilíneo uniforme, só tem algum significado quando comparado com algum outro ponto de referência. Segundo o princípio da relatividade de Galileu, não existe sistema de referência absoluto pelo qual todos os outros movimentos possam ser medidos.
Obrigado, amiga.
Ótimo fim de semana.
Beijos
Obrigado, Cris.
Fico contente por sua visita, leitura e comentário.
Ótimo fim de semana.
Beijos
Gostei do vociferar, Henrique. Não obstante eu costume preferir o sussurro (risos).
Agradeço-lhe a visita, leitura e comentário.
Ótimo fim de semana.
Grande abraço
É isso mesmo, poeta!
Razão, quem diz que tem, já a perdeu, frações de segundos depois.
Belíssimo poema!
Beijos
Mirse
Obrigado, Mirse.
Ótimo fim de semana.
Beijos
Oi Fred!
Teu blog e show :), voltarei mais vezes!!!!!!!!!
Gostei muito deste poema!
Abraço
Gi
"e mesmo se nem isto nem aquilo se confirme
para manter íntegro o meu discurso
eu o nego,
rasgo,
queimo
e fecho a cara".
... que assim seja, poetíssimo!
Um belo poema, Fred. Desses que nos leva a questionamentos profundos.
Um beijo, meu querido!
H.F.
Nada é certo.. quem inventou as certezas?
cada um tem a sua... verdadeira ou não, é particular e não cabe a todos.
Fred,
há uma escrita no Maria Clara que não lhe é estranha...
Beijos, poetíssimo!
H.F.
razão finita
na face infinita.
belo poema!
abraço.
Vicente
Obrigado, Gisele.
Volte sempre.
Ótimo fim de semana.
Beijos
Agradeço-lhe, Hercília.
Ótimo fim de semana.
Beijos
É isso, Júlia.
Obrigado, amiga.
Ótimo fim de semana.
Beijos
Agradeço-lhe a visita, leitura e comentário, Vicente.
Ótimo fim de semana.
Grande abraço
Não tem jeito, cada vez que leio este poema ele me arranca um sorriso a "La Monalisa". Muito bom, poeta, muito bom!
Beijos
Ada
Obrigado, Ada.
Ótimo domingo.
Beijos
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