contrição
foto: Mário Cravo NetoInsidiosamente virá.
A morte virá infalível.
Bem aventurados os
que não sofrem com isso.
Eu a espero contrito.
Tenho sido seu aliado,
néscio nos cuidados
que devia ter comigo.
Cedo ou tarde virá
usando qualquer artifício
para o seu abraço fatal.
Absolutamente morto,
infinitamente findo,
serei objeto, abjeto, ábdito.
Fred Matos
publicado em "Eu, Meu Outro"
Editora Poesia Diária
Maio/1999
pesquisar nas horas e horas e meias
17 comentários:
Simplesmente demais!
Demais!!
bjks
Sue
Que bom que você gostou, Sue.
Obrigado.
Beijos
Nem tanto pela morte em si, Marcos, mas pela consciência dela.
Agradeço-lhe a visita, leitura e comentário.
Abraços
Boa consecução!
Obrigado, Henrique.
Abração
Como sou fã de Raul Seixas, não pude deixar de me lembrar da música dele "Canto para minha morte", que é tão bonita quanto a sua poesia. Se me permite, vou deixar uma estrofe dela para vc, então =). Abraço.
"Vou te encontrar vestida de cetim,
Pois em qualquer lugar esperas só por mim
E no teu beijo provar o gosto estranho
Que eu quero e não desejo, mas tenho que encontrar.
Vem, mas demore a chegar
Eu te detesto e amo morte, morte, morte
Que talvez seja o segredo desta vida"
É a certeza mais pungente, infalível, o que nos levaria de fato a esperá-la.
Para mim, visita non grata, vou burlando, me escondendo, esperando que se esqueça de mim.
Vida longa em poesia, Fred!
Oi Fred, poema forte, intenso, expressivo, belo. Um abraço com carinho.
Eu não conhecia esta do conterrâneo, Lara, e agradeço-lhe por deixar aqui, bem como pela sua visita, leitura e comentário.
Beijos
Eu também, Moni. Também vivo me escondendo dela e é o que pretendo fazer enquanto a vida puder ser vivida com algum prazer.
Obrigado por vir, ler e comentar.
Beijos
Que bom que você gostou, Úrsula. Fiquei contente.
Obrigado.
Beijos
demias, sim, e tambem triste demais...penso no meu irmao...
um abraço, Fred,
Também pensei nele (e naquele cigarro que ele não conseguiu abandonar) quando publiquei o poema.
Obrigado, Myra.
Beijos
Perfeito, Fred!
Belíssimo poema! Nada demais quendo se trata do poeta Fred Matos, mas.... emociona!
Parabéns!
Beijos
Mirse
Obrigado, Mirse.
Os poemas do "Eu, meu outro" são, em média, mais melancólicos que os poemas escritos depois.
Beijos
Fred, estou com dificuldades para comentar em seu blog. Li os últimos textos e esse último e me deliciei. Também me sinto assim em relação à poderosa. Lindo poema e espero que seu sono se regularize. Beijo.
Eu não entendo o que é que pode estar acontecendo que a impeça de comentar, Adriana.
Fico contente que você tenha gostado e agradeço-lhe.
Beijos
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