terça-feira, maio 11

ocaso



ilustração:
detalhe do "Davi", de Michelangelo
Foto: Fred Matos




a luz do sol poente
desceu sobre o chapéu
do homem prateado
que não viu passar o tempo
nem o sorriso da menina
que sonha girassóis azuis

o mármore
entretanto

dançou foxtrote
na piazza della signoria

com quantos davis se faz firenze?
com quantas estátuas uma piazza?


Fred Matos

33 comentários:

Juan Moravagine Carneiro disse...

belo poema!

Emilene Lopes disse...

Olá Fred!
Pra todos a vida passa assim "a luz do sol poente
desceu sobre o chapéu
do homem prateado
que não viu passar o tempo"
Nem percebemos e o tempo já passou, ontem tinha 15 anos, hoje um pouquinho mais, rsrs
Bjs da Mila

Fred Matos disse...

Obrigado, Juan. Contente com a sua visita e comentário.
Grande abraço

Fred Matos disse...

Pois é, Mila, eu também já tive 15 e parece que foi ontem, mas já estou com quase 58 de sóis poentes.
Obrigado por vir e comentar.
Beijos

Ana Lucia Franco disse...

Fred, quase dancei foxtrote junto com o mármore. Mexeu comigo a imagem.

abrs..

josé carolina disse...

Deliciei os contornos.
Ah! E o "detalhe" de Davi foi, por certo, muito minucioso! Hehe.
Beijos!

Lila disse...

Imagem magnífica..mármore frio em sua essência, mas...tão quente aos outros sentidos.
De qtos sonhos se faz uma vida?
Bjs, poeta.

Fred Matos disse...

"quase dancei foxtrote junto com o mármore"

Exceto por esta, não gostei das outras fotos que fiz do Davi, Ana Lucia. É grande a vigilância para evitar fotos na Galleria dell’Accademia e o medo de ser posto pra fora me limitou muito, sobretudo a possibilidade de melhor enquadramento.
Agradeço-lhe por vir e comentar.
Beijos

Fred Matos disse...

"E o "detalhe" de Davi foi, por certo, muito minucioso"

É só mármore, Carolina (risos).

Agradeço-lhe por vir e comentar.
Beijos

Fred Matos disse...

"De qtos sonhos se faz uma vida?"

De muitos, e muitas vezes contraditórios, Lila.

Abaixo texto sobre o Davi que encontrei na Wikipédia
Michelangelo levou três anos para concluir a escultura (começou-a em 1501 e concluiu-a em 1504[1], revelando-a no dia 8 de setembro). Antes de Michelangelo receber a incumbência dessa obra, o bloco de mármore de carrara que ele usou havia ficado exposto ao tempo por 25 anos no pátio da catedral de Santa Maria Del Fiori. O bloco foi danificado a ponto de diminuir de tamanho. Outros escultores já haviam recebido a incumbência da obra mas, por razões diversas, eles não se interessaram. Esse bloco foi rejeitado por grandes mestres como Duccio, Baccelino e Roselino. Michelangelo é considerado nesta obra uma espécie de inovador, pois retrata a personagem não após a batalha contra Golias (como Donatello e Verrochio antes dele fizeram), mas no momento imediatamente anterior a ela, quando David está apenas se preparando para enfrentar uma força que todos julgavam ser impossível de derrotar. Michelangelo neste trabalho usou o realismo do corpo nu e o predomínio das linhas curvas.

Agradeço-lhe a visita e comentário.
Beijos

Andréa disse...

Gosto dos seus versos, bela foto!

http://meuprojetopiloto.blogspot.com/

Adriana Godoy disse...

Muito bom, Fred. Um delírio possível ao som do foxtrote. Adorei. beijo.

nina rizzi disse...

lindo, a começar pelo título, palavra que adoro. com quantas recordações itália se faz uma nina rizzi?

a imagem me lembrou meu poemeto:

angelus, 18h
nina rizzi

o meu davi, antigo, clássico
- ai que pau enorme!

a igreja, medieva, mandou cortar:

- castrou a minha goela.
*

rsrsrs...
beijos.

Fred Matos disse...

Deixa-me contente que goste, Andréa.
Obrigado.
Beijos

Fred Matos disse...

Obrigado, Adriana.
Fico contente por você gostar.
Beijos

Fred Matos disse...

"com quantas recordações itália se faz uma nina rizzi?"

Nina, Nina,

Não sei quanto tempo ainda vai durar a embriagues. Estou zonzo. No computador são cerca de 5 mil fotos que, por enquanto, separei por cidade: Roma, Florença, Veneza, Milão, Genova, Pisa e Siena. Depois, principalmente em se tratando de Roma, separarei por assunto. Mas não tive nem tempo de ver as fotos com calma e, claro, de fazer uma seleção.

Seu poema é deliciosamente um “Nina Rizzi”, um poema de grife inconfundível. Adorei tê-lo aqui.

Obrigado, querida, também por vir e comentar.

Verónica O.M. disse...

¡Bonito poema Fred! desde siempre he sentido amor por las estatuas, para mi es como si tuvieran vida propia, les dejó un trocito de alma quien las esculpió.
Abrí un nuevo blog de relatos, si te apetece acercarte serás bienvenido
http://relatosdeveronica.blogspot.com
Un abrazooo

Verónica O.M. disse...

Me ha resultado fácil entrar en tu blog, antes me costaba mucho acceder a el¡ me alegro!
Un abrazooo

Paula: pesponteando disse...

Ás vezes também nós ficamos como o Davi, parados, e o tempo vai passando sem darmos conta do "o sorriso da menina
que sonha girassóis azuis". talvez seja esta uma "menina" que nos habita e que nem sonhamos existir.
Lindo texto!

Mari Amorim disse...

Fred,
é sempre muito bom vir aqui.
Boas energias,
Mari

Unknown disse...

Olá Fred!

Sempre muito bom, nos poemas e nas escolhas.

Como já disse meu coração ficou na Itália. Portanto vou relembrar com você de tanta beleza, seguida de seus poemas!

Beijos

Mirze

Fred Matos disse...

Verónica,
Algumas estátuas são tão bem feitas que se podem ver as veias sob a pele e se imaginar que por elas corre um sangue fantástico. Michelangelo dizia que apenas libertava as figuras da pedra que as aprisionava. Mais que o Davi, contudo, fiquei impressionado com “O Rapto das Sabinas” de Giambologna.
Agradeço-lhe a visita e comentário
Beijos

Fred Matos disse...

"talvez seja esta uma "menina" que nos habita e que nem sonhamos existir."

Talvez seja, Paula. Creio que sim, que em cada pessoa há um ente que sonha girassóis azuis e que não está subordinado às vicissitudes do tempo.

Grato por vir e comentar.
Beijos

Fred Matos disse...

E é sempre muito bom vê-la aqui, Mari.
Obrigado, amiga.
Beijos

Fred Matos disse...

Obrigado, Mirze.
Fico contente quando os meus posts proporcionam bons momentos, boas lembranças, aos amigos.
Beijos

Francisco Sobreira disse...

Fred,
Gostei da sua forma de poesia. Diferente da que tenho visto em outros blogues. Um abraço.

Fred Matos disse...

Obrigado, Francisco.
Deixa-me contente que goste.
Espero vê-lo aqui mais vezes.
Grande abraço

Graça Pires disse...

Um poema belíssimo, amigo, recordando Itália...
Um beijo.

Fred Matos disse...

Obrigado, Graça.
Fico contente por você gostar, por vir e por comentar.
Beijos

tania não desista disse...

um cartão postal...e a poesia
que faltava!...hãhã!...davi...e todos... agradecem ,fred!
bjo
taniamariza

Fred Matos disse...

Agradeço-lhe, Taniamariza, pela visita e pela gentileza do comentário.
Beijos

Carla Luma disse...

Oi, Fredinho. Parece uma coisinha insignificante a ferramentazinha de Davi, mas é bem verdade que já vi muita coisinha assim crescer na minha mão, como se tivessem posto fermento. kakaka
Beijocas

Fred Matos disse...

Só você pra fazer um comentário desses, Carla.
Obrigado por vir e comentar.
Ótima semana.
Beijos

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